Erbil, Iraque – Empresas brasileiras que expõem na 9ª Feira Internacional de Erbil, que começou nesta segunda-feira (23) na capital da região curda do Iraque, sabem do potencial do mercado regional e do país e buscam se colocar como alternativa a fornecedores já tradicionais como turcos, iranianos e chineses.
A construtora Andrade Gutierrez, por exemplo, assinou um protocolo de intenções como o Ministério dos Transportes do Iraque para trabalhar em parceria com o governo nacional nesta área, segundo o gerente de desenvolvimento de negócios da companhia no país, Ali Toufic Raad, que apesar do nome árabe, é brasileiro. “Esperamos ter um contrato em breve na área de transportes”, afirmou.
De acordo com ele, o Iraque tem planos de fazer investimentos pesados em infraestrutura. Após décadas de conflitos, o país tem necessidades enormes neste setor. “Temos confiança de poder contribuir com o desenvolvimento do Iraque e com o fortalecimento das relações do país com o Brasil”, declarou.
Ele ressaltou, porém, que apesar de promissor, o mercado tem concorrentes fortes da Turquia, Irã e China. O setor brasileiro de construção pesada, no entanto, goza de boa fama no Iraque por conta de trabalhos realizados no passado por empresas como a construtora Mendes Junior.
Companhias de outras áreas estão na feira para conhecer o mercado. É o caso da indústria paulista KRJ, que produz conectores para redes de distribuição de eletricidade. “Estamos tentando aumentar os negócios na região do Oriente Médio”, disse Mauro Vicente Filho, da área comercial, ao lado do representante da empresa no Líbano, Usama Richani.
Vicente quer verificar também o funcionamento da rede elétrica local. “Para ver que produtos temos para ofertar”, afirmou. A companhia já tem negócios no Líbano e na Jordânia e itens aprovados para comercialização em Dubai, nos Emirados árabes Unidos. “Esperamos chegar a vendas anuais de US$ 1 milhão a US$ 1,5 milhão no Oriente Médio”, acrescentou.
Conhecer o mercado é também o objetivo da Angraex, produtora de mármores e granitos do Espírito Santo. “Queremos ver se há espaço para as rochas brasileiras” disse a executiva de vendas Danielle Ervatti. “Mercado para granito tem, mas eles compram mais da China e da Índia”, observou. A ideia, segundo ela, é verificar se é possível concorrer no quesito preço e se há interesse em produtos “mais exclusivos”.