Rio de Janeiro – O ministro da Cultura do Egito, Farouk Hosni, afirmou que o apoio do Brasil dá peso à sua candidatura ao cargo de diretor geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). O governo brasileiro tomou a decisão de apoiar o egípcio na campanha pelo cargo, apesar de haver dois brasileiros, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) e o atual diretor adjunto da Unesco, Marcio Barbosa, candidatos ao cargo.
“O Brasil é muito forte, não apenas na América Latina, mas no mundo”, falou Hosni em entrevista à ANBA ontem (21) durante a reunião de ministros da Cultura da América do Sul e Países Árabes, no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro. De acordo com ele, o fato de o Brasil o apoiar dá suporte para que outras nações também o façam. “Sou agradecido ao Brasil, vou levar para sempre no coração e na mente este apoio”, disse o egípcio.
O ministro egípcio não deu detalhes, mas afirma que pretende trabalhar, na Unesco, pela América Latina. Ele lembra que o organismo nasceu voltado para América Latina, mundo árabe e África. Mas as ações e estratégias a serem adotadas na região, segundo ele, dependem de estudos. No documento final do encontro de ministros foi inserido um item expressando contentamento com o apoio da candidatura por parte da Liga Árabe, Brasil e Chile.
Ontem mesmo, a Comissão de Relações Exteriores do Senado enviou ao ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, o pedido de que reveja o apoio. O chanceler já havia afirmado anteriormente, porém, que a iniciativa faz parte da estratégia do governo federal de aproximação com países árabes e africanos e que disto depende também o apoio de outros países para a candidatura do Rio a sede das Olimpíadas em 2016 e da ministra Ellen Gracie à corte de apelação da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Hosni é nascido em Alexandria. O ministro é pintor e fez faculdade na Universidade de Belas Artes de Alexandria. Na carreira artística já fez várias exposições no exterior e foi premiado. Ele assumiu o cargo de ministro da Cultura do Egito em 1987 e antes disso atuou fora do país. Hosni foi, por exemplo, diretor da Academia de Artes Egípcias em Roma, e adido cultural do país árabe em Paris. Como ministro, Hosni teve várias iniciativas, incrementando e melhorando os museus e galerias locais e criando festivais internacionais no Egito.