Alexandre Rocha
São Paulo – Estabelecer metas de cooperação no setor de energia, incluindo os segmentos de petróleo, gás, geração de eletricidade e biocombustíveis. Este é um dos itens da pauta da reunião de ministros da área econômica dos países árabes e sul-americanos, que vai ocorrer em Quito, capital do Equador, amanhã (25) e quarta-feira. Os trabalhos, na realidade, já começam hoje com um encontro de técnicos que vão discutir detalhes da declaração final do evento.
Entre os temas do encontro, que poderão fazer parte da declaração final, estão também a abertura de um canal de diálogo entre órgãos de fomento; a verificação de possibilidades de investimentos recíprocos em setores como infra-estrutura, indústria e agronegócio; o apoio à assinatura de acordos bilaterais de promoção de investimentos; e o estímulo a uma maior participação do setor privado na promoção das relações entre os dois blocos.
"O objetivo dessa reunião é estreitar o relacionamento econômico, financeiro e comercial. Criar mecanismos para que os empresários e agências governamentais dos dois blocos cooperem e façam aumentar os investimentos e o comércio", disse Ânuar Nahes, coordenador do seguimento da Cúpula América do Sul-Países Árabes no Itamaraty.
Neste sentido, consta na pauta também e no esboço da declaração final o apoio à realização de acordos comerciais entre os países árabes e sul-americanos com o objetivo final de se chegar a um tratado que inclua os dois blocos como um todo, a exemplo do acordo que o Mercosul já negocia com o Conselho de Cooperação do Golfo (GCC), formado por Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Omã.
Um primeiro passo, mais concreto, será "harmonizar" as formas de cálculos dos fluxos de comércio entre os países das duas regiões. Ou seja, que todas as nações passem a adotar as mesmas fórmulas para calcular as estatísticas de exportação e importação.
Durante o encontro em Quito será formado um comitê executivo que dali por diante ficará encarregado de recomendar ações específicas para a cooperação econômica. "Será um órgão executivo", afirmou Nahes. Uma outra reunião de ministros da área deverá ocorrer em 2007.
De acordo com Nahes, para o encontro de Quito estão confirmadas as participações de representantes de todos os países sul-americanos, com exceção da Guiana e do Suriname, e de pelo menos 14 países árabes: Arábia Saudita, Argélia, Egito, Emirados, Iraque, Jordânia, Kuwait, Líbano, Marrocos, Omã, Palestina, Catar, Síria e Sudão.