São Paulo – O artista plástico egípcio Essam Elbattal vive há cerca de 15 anos no Brasil com a missão de levar conhecimento sobre a história do seu país pelas cidades. Formado em Artes Plásticas pela Universidade do Cairo e em Economia pela Universidade de Zakzek, ele tem um ateliê em Porto Alegre, na capital gaúcha, e dali monta museus itinerantes sobre o Egito Antigo pelo Brasil afora. Atualmente há três museus em exposição em shoppings do Rio de Janeiro, Porto Alegre e Caruaru, no estado de Pernambuco. Na terça-feira (01), será aberto outro museu itinerante em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.
“Trabalho com o que eu gosto. Vivo do meu trabalho, de cultura”, afirmou ele em entrevista à ANBA por telefone. Elbattal veio ao Brasil pela primeira vez em 1996, a trabalho para a capital gaúcha, e se mudou definitivamente para o País cerca de quatro anos depois. “Vi muito interesse das crianças, vi muita gente querendo saber como foi essa parte importante da nossa história. Eu mostro isso com as réplicas que faço”, relata o egípcio. Ele conta que vender cultura no Brasil é muito difícil, mas comemora o êxito do seu trabalho.
No ateliê que Elbattal tem um Porto Alegre são confeccionadas as peças usadas nos museus itinerantes, que são réplicas de peças arqueológicas do Egito Antigo, como o busto de Nefertite, a máscara mortuária de Tutankhamon, o seu sarcófago, estatueta da Deusa Baset, representada por um gato, entre outros. O artista trabalha com uma equipe de cerca de 45 pessoas, que leva adiante tanto a confecção do material como a parte administrativa do negócio. Normalmente as exposições são montadas com 250 a 300 peças, diz ele.
Apesar de tratar de história antiga, o trabalho feito por Elbattal é moderno. Ele usa resinas e fibras na criação das peças, além de outras matérias-primas mais tradicionais como a madeira. Os museus não trazem apenas as esculturas. Eles são ambientados para que o visitante se sinta entrando no Egito Antigo. Além de palestras, que são dadas durante as mostras, o museu tem um espetáculo de som e luz, no qual cada peça iluminada vai contando sobre si e sobre os marcos na história egípcia que a civilização atual traz de herança.
No museu que está no Bourbon Shopping, na capital gaúcha, os visitantes podem baixar um aplicativo, o Tagpoint, com informações sonoras, visuais e textuais sobre as peças expostas. “Ele vai levar o museu com ele”, afirma Elbattal. Uma ida ao local pode trazer, segundo o artista, conhecimento sobre a construção das pirâmides, a fabricação de vidro da civilização egípcia antiga, entre outros. “Não é por acaso que o Egito marcou nossa cultura atual”, afirma.
Além do shopping porto-alegrense, há museus que podem ser visitados atualmente no Américas Shopping, no Rio de Janeiro, no Shopping Caruaru, na cidade do mesmo nome, em Pernambuco, e a partir de terça-feira (01) será aberto ao público outro museu itinerante, no Shopping Norte Sul Plaza, em Campo Grande. De acordo com informações do site do Museu Egípcio Itinerante, já foram feitas mais de 300 exposições em cerca de 30 cidades.
Essam Elbattal estuda a história do Egito Antigo desde a década de 80 e fez vários cursos de museologia no Brasil. Nascido no estado egípcio de Sharkia, ele também mantém seu ateliê no Cairo, em frente à Praça Tahrir, e viaja de volta ao seu país entre duas e três vezes por ano. No Brasil ele vive com a esposa, uma argentina, e quatro filhos.
Contato:
Museu Egípcio Itinerante
Site: www.museuegipcio.com.br
Telefone: +55 (51) 3013 1658
Email: contato@museuegipcio.com.br