São Paulo – A partir desta segunda-feira (21) até o dia 24, empresas brasileiras vão novamente mostrar seus produtos na Big 5, principal feira do ramo da construção do Oriente Médio, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. "Nossa expectativa para esta feira é sempre ótima. Nosso produto tem um apelo legal no mercado por causa do design", disse Silvio Fernandes, gerente de exportação da Itagres, fábrica de porcelanato que vai expor pela sexta vez no evento.
O trabalho realizado nos últimos anos transformou a região em um dos maiores mercados da marca, sendo que a Arábia Saudita é o principal país de destino e os Emirados e a Argélia estão entre os dez maiores. "A exportação cresce ano a ano", afirmou Fernandes. Este ano, a empresa vai levar sete novas linhas de produtos para mostrar aos clientes árabes, entre elas um porcelanato cuja cor, em "alta definição", imita o mármore.
Já a MZ Artes, de quadros e painéis decorativos, participa pela primeira vez da Big 5, mas tem experiência no mercado, pois costuma participar da Index, feira de móveis e decoração realizada também em Dubai. E é justamente por causa dos bons resultados conseguidos na Index que empresa decidiu ir para a Big 5, segundo a trader Karina Botelho.
Na feira de construção, porém, a ideia é vender para projetos hoteleiros, não para lojistas, como ocorre na mostra de móveis. "Vejo grande potencial nas redes hoteleiras", declarou Karina.
Outra que já está no mercado árabe é a Deca, de metais e louças sanitárias. De acordo com o gerente de exportação, André Araújo, o objetivo é marcar presença e cultivar relacionamentos de longo prazo. "É preciso manter a presença, ir um ano só e não voltar não dá certo", afirmou.
Em sua avaliação, é preciso investir para ter retorno durante um bom tempo, especialmente em uma época em que o mercado está em baixa por causa da crise das dívidas de países europeus. Araújo vai dividir o estande com o distribuidor que a Deca tem nos Emirados e espera fazer bons contatos.
Entusiasmado, Maurício Adriano Trupel, dono da Tropical Rocks, vai expor pela primeira vez. Ele conhece o mercado, no entanto, porque já esteve na feira como visitante. A empresa vende mármores e granitos, mas somente produtos acabados, nada de blocos e chapas. "Sempre vi o Oriente Médio como um mercado muito bom", declarou.
Trupel quer fazer negócios diretamente com construtoras e espera firmar pelo menos uma parceria a partir da feira. Ele tem know-how para isso, pois sua empresa trabalha quase que exclusivamente com o mercado externo.
Marlucia Martire, da trading ALM Brazil, também já conhece o Oriente Médio, mas vai expor na Big 5 pela primeira vez e sua expectativa é grande. "Existe ainda um potencial grande no setor de construção da região", afirmou.
Ela vai levar os produtos de duas empresas. São pedras ornamentais tipicamente brasileiras, como ametista, citrino, quartzo rosa e azul, além de mármores e granitos. As primeiras são objetos de decoração. Cortadas ao meio, exibem cristais de formas exuberantes e cores vivas.
Marlucia conta que foi convidada a participar de uma missão empresarial à África na mesma época da Big 5, mas preferiu a feira.
O pavilhão brasileiro é organizado pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira e Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex). Outras companhias vão expor, como a Metalúrgica Fênix, de estruturas de metal, e a Astra, de produtos para banheiros.
Empresários brasileiros vão participar ainda de um café da manhã com importadores árabes, e uma missão coordenada pela Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), com apoio da Câmara Árabe, vai visitar a mostra.