Da Redação
São Paulo – O Bahrein quer se tornar o principal centro de comércio eletrônico (feito via internet) do Oriente Médio. Para tanto, o ministério do Comércio local pretende tomar uma série de medidas para que isto ocorra até 2006. Em entrevista ao jornal Bahrain Tribune, o ministro do Comércio, Ali Saleh Al Saleh, disse estar entusiasmado com o potencial de crescimento do setor no país.
De acordo com o ministro, os alicerces legais para comércio eletrônico no país já foram estabelecidos em 2002, inclusive com a criação de leis de assinaturas eletrônicas que permitem que transações via internet sejam legalmente válidas.
Faltava um órgão responsável por coordenar os esforços em torno do segmento. Segundo Waheed Al Balushi da Bahrain Internet society (BIS), o governo agora criou uma diretoria, dentro do Ministério do Comércio, que vai tratar das demandas do setor de comércio eletrônico no país.
Comunicações avançadas
O ministro Al Saleh acrescentou que a estratégia do ministério conta com a utilização de um sistema de comunicações de primeira linha existente no país. Entre as medidas está prevista também a criação, até o final do ano, de um "centro de investidores" que vai complementar os esforços do governo.
A opinião do ministro é ratificada pela empresa britânica UK Trade and Investment, que considera que o Bahrein tem potencial para ser o centro de comércio eletrônico da região do Golfo Arábico, pois seu sistema de telecomunicações figura entre os mais sofisticados do mundo.
De acordo com a BIS, o Bahrein perde só para os Emirados Árabes em termos de uso de internet, com 26,3% de sua população de 716.150 pessoas conectadas à rede. A entidade informa que mais pessoas têm computadores no Bahrein do que em qualquer outro país árabe, somando 20% da população.
Mercado em crescimento
Al Saleh admitiu que o número de transações eletrônicas no país ainda é pequeno, mas tem fé no negócio, principalmente após a assinatura de um acordo de livre comércio com os Estados Unidos.
As transações via internet no Bahrein somaram US$ 100 milhões em 2003 e a expectativa é que de cheguem a US$ 488 milhões em 2008, relatou o Bahrain Tribune.
O ministro acrescentou que é vital estar a par de todas as mudanças que ocorrem no segmento e é imperativo que o Bahrein comece a interagir com outros mercados via comércio eletrônico. Em sua avaliação, este tipo de tecnologia não serve apenas para pequenas transações de compra e venda, mas também negócios maiores, como importação e exportação.
O mercado de comércio eletrônico cresceu no Oriente Médio. Em 2003, mais de 20 mil compras foram realizadas on-line, contra 1,8 mil em 2002, segundo relatório feito pela presidente da Tejari.com (empresa do setor), Shaikha Lubna Al Qasimi. O próprio Ministério do Comércio do Bahrein lançou mão do comércio eletrônico nos últimos anos e até ganhou um prêmio por seu portal eletrônico no ano passado.
Perfil
Localizado no Golfo Arábico, o Bahrein ocupa um arquipélago de 35 ilhas. Trata-se do único país da região que não exporta petróleo bruto, apenas derivados. No entanto, é um importante centro financeiro. A siderurgia e a indústria naval também estão entre as principais atividades econômicas. O Produto Interno Bruto (PIB) registrado em 2003 foi de US$ 8,2 bilhões.
As exportações brasileiras para o país árabe renderam US$ 36,1 milhões entre janeiro e maio deste ano, houve um aumento de 18,29% em relação às receitas do mesmo período do ano passado. O principal produto da pauta, de longe, é o minério de ferro. A companhia Vale do Rio Doce tem no Bahrein 50% de participação em uma fábrica de pelotas de ferro, matéria prima para as siderúrgicas da região.