Dubai – A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) firmou nesta quarta-feira (15), em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, acordos com quatro instituições estatais locais. O objetivo deles é incentivar a presença de empresas brasileiras no emirado e de companhias de Dubai no Brasil.
“A maioria deles tem como meta ampliar a relação existente, a troca de informações, de missões, [com medidas voltadas] especialmente para pequenas e médias empresas”, disse o presidente da Apex, Maurício Borges. “A ideia é trazer mais empresas brasileiras para cá e, no caso deles, levar mais companhias de Dubai ao Brasil”, acrescentou.
A assinatura dos memorandos de entendimento ocorreu após seminário de abertura da programação de missão comercial brasileira nos Emirados, liderada pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel. Antes, a delegação esteve na Arábia Saudita e, parte dela, no Catar.
Destaque para o convênio firmado com a Dubai Media City, espécie de zona franca voltada para empresas de mídia e tecnologias da informação. “Este memorando vai facilitar [o trabalho] de companhias brasileiras que olham para Dubai, e também o de empresas de Dubai que tenham interesse na economia crescente do Brasil”, afirmou o gerente geral da agência do emirado, Mohammed Abdullah.
A intenção é criar na Media City algo semelhante ao Centro de Negócios que a Apex tem na Zona Franca de Jebel Ali (Jafza, na sigla em inglês), uma espécie de incubadora para empresas que querem se internacionalizar. Segundo o gerente do centro, Sidney Costa, o acordo foi feito para abrir espaço para companhias prestadoras de serviços, uma vez que a Jafza é voltada a produtos.
Os termos da nova iniciativa ainda estão em negociação, mas Costa disse que ela deve ser colocada em prática ao longo deste ano. “É a solução mais rápida e barata para uma empresa brasileira vir para cá”, afirmou.
Outro documento foi assinado com a própria Jafza e tem por objetivo facilitar a instalação de empresas brasileiras no local. De acordo com o vice-CEO e diretor comercial da zona franca, Ibrahim Al Janahi, o número de companhias brasileiras presentes em Jebel Ali aumentou de três em 2009 para 17 atualmente. Destas, nove estão no centro da Apex. Elas atuam em áreas como as de autopeças, cosméticos, alimentos e produtos médicos, hospitalares e odontológicos.
Os outros acordos foram assinados com Fahad Al Gergawi, CEO da agência de promoção de investimentos de Dubai (DFDI, na sigla em inglês), para ampliar a colaboração entre os dois órgãos, promover eventos e parcerias; e com Saeed Al Alawi, CEO da agência de promoção de exportações do emirado (Dubai Exports), para fomentar a troca de informações e a cooperação entre as entidades. Alawi mencionou que os principais produtos exportados por Dubai ao Brasil são polímeros, vidros e metais.
Destaque
O ministro Pimentel deu o tom do seminário, seguido de rodada de negócios. “O governo [brasileiro] definiu os Emirados Árabes Unidos como o ponto mais importante da região do ponto de vista das relações comerciais”, declarou ele. “O país dá um exemplo de desenvolvimento econômico com equilíbrio político”, destacou.
Para Pimentel, com a economia mundial “assombrada” pela crise na Zona do Euro, “o fortalecimento das relações econômicas do Brasil com os Emirados é muito importante”. “É uma forma de enfrentar a crise sem que os nossos países sofram consequências mais severas”, ressaltou. “É fundamental que as relações do Brasil com os Emirados possam prosperar cada vez mais”, concluiu.
Na mesma linha, o presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, que apoia a missão, Salim Taufic Schahin, disse que “é muito importante para o Brasil esse contato com empresários árabes”. “Eu gostaria de aproveitar a oportunidade para pedir que as empresas árabes visitem o Brasil. Vocês se sentirão em casa”, destacou. “E a Câmara Árabe estará à disposição para introduzi-los no mercado”, acrescentou, para uma plateia lotada de representantes de companhias brasileiras e dos Emirados.
João Mendonça Lima, novo embaixador brasileiro em Abu Dhabi, capital dos Emirados, afirmou que a embaixada está também à disposição dos empresários para ajudá-los a fazer negócios com o Brasil. Ele ressaltou que a economia brasileira está em crescimento e que já é a sexta maior do mundo. “Isso significa um grande mercado para vocês [dos Emirados]”, declarou.