São Paulo – O Brasil e a Mauritânia criaram comissão mista de cooperação nesta quinta-feira (16) durante visita do ministro de Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, a Nouakchott, capital do país árabe. Na passagem do chanceler também foram assinados outros acordos na área de vistos diplomáticos, educação rural, além de pesca e aquicultura, os dois últimos orquestrados pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC), segundo informações do Itamaraty. A Mauritânia é a última nação que Patriota visita em um tour por três países africanos, que incluiu também a Etiópia e a Tunísia.
O ministro brasileiro foi recebido pelo presidente da Mauritânia, Mohamed Ould Abdel Aziz, de acordo com a Qatar News Agency, agência de notícias do Catar, e também pelo ministro dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Hamadi Ould Babe Ould Hamadi, segundo a Agência Mauritana de Informação (AMI). Em encontro com Patriota, Hamadi destacou que esta foi a primeira visita de um chefe da diplomacia brasileira ao seu país. Ele ressaltou que está ciente da reputação econômica e política do Brasil no cenário internacional e quer reforçar os seus laços com o País. Patriota, por sua vez, disse que visita ajudará a abrir novos horizontes na cooperação entre as duas nações.
A comissão mista, sobre a qual foi firmado acordo, terá como meta justamente fortalecer as relações de cooperação entre os dois países nas áreas econômica, comercial, financeira, científica, tecnológica, técnica e cultural. De acordo com informações divulgadas pelo Itamaraty o grupo vai se reunir a cada três anos ou em periodicidade estabelecida em comum pelos dois, alternadamente em Nouakchott e Brasília.
Os projetos da ABC devem ser já o início desta cooperação. Um deles é de apoio ao desenvolvimento da educação rural na Mauritânia, com o objetivo de desenvolver capacidades profissionais no país árabe no campo. O outro é voltado para a cadeia de pesca e aquicultura e tem como foco melhorar a capacidade de técnicos e dos profissionais dos quadros institucionais da Mauritânia no manejo sustentável do setor.
Também foram assinados acordos para isenção de vistos de diplomatas e permissão de trabalho remunerado de seus dependentes no outro país. O documento firmado diz que portadores de passaporte diplomático, oficiais ou de serviço, estarão isentos de vistos para entrar, transitar e permanecer por noventa dias na outra nação. O acordo sobre o trabalho afirma que os dependentes podem exercer trabalho remunerado no país, incluindo cônjuges, filhos solteiros menores de 21 anos, filhos solteiros menores de 25 anos que estejam estudando ou filhos solteiros com deficiências físicas ou mentais.