Da redação
São Paulo – O Brasil está entre os cinco destinos mais atrativos para os investimentos estrangeiros diretos (IED), segundo pesquisa divulgada hoje (05) pela Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad). Se considerada a avaliação das empresas transnacionais, o país aparece em quinto lugar, atrás da China, Índia, Estados Unidos e Rússia. Na opinião de especialistas no tema, porém, o Brasil está em quarto lugar, depois da China, Estados Unidos e Índia.
Na pesquisa "Avaliação das Perspectivas de Investimentos Globais" foram consultadas as 325 maiores corporações transnacionais de países desenvolvidos, em desenvolvimento e da Europa Central e do Leste; 75 especialistas no tema; e agências de promoção de investimentos de 158 nações.
De acordo com a análise das agências, o Brasil deverá estar também entre as principais origens dos investimentos diretos no curto prazo. Embora a lista seja encabeçada pelos Estados Unidos, seguidos da Grã Bretanha, Alemanha e China, nações como África do Sul, Índia, Brasil, Malásia e Coréia do Sul também aprecem no ranking das 15 principais fontes em potencial.
Algumas dessas nações, de acordo com a Unctad, são importantes fontes de investimentos apenas para seus vizinhos mais próximos. "Mas as empresas transnacionais de países emergentes estão usando cada vez mais os investimentos no exterior para se tornar atores globais, o que acaba ajudando as nações em desenvolvimento também", ressaltou o secretário-geral da Unctad, Supachai Panitchpakdi, de acordo com a assessoria de imprensa do órgão.
Segundo o estudo, a atenção dos investidores parece estar mudando, passando de destinos tradicionais para alguns mercados emergentes. As previsões de crescimento mais otimistas são sobre a Ásia e a Europa Oriental, enquanto a América Latina deverá manter a recuperação do fluxo de IED já em curso. Os Estados Unidos, no entanto, na visão dos entrevistados, vai continuar a ocupar a posição de principal destino dos recursos.
Previsão de crescimento
De acordo com a pesquisa, o fluxo de investimentos externos diretos deve continuar a crescer em escala mundial no curto e médio prazo. De acordo com a Unctad, mais da metade das empresas transnacionais consultadas e 81% das agências de investimentos esperam crescimento no curto prazo (biênio 2005-2006). No médio prazo (biênio 2007-2008), o otimismo atinge 57% dos especialistas, 75% das companhias transnacionais e 83% das agências.
"Os resultados sugerem que os países têm que aproveitar as oportunidades de investimentos, mas também prestar atenção na qualidade destes investimentos, dada a forte competição em torno dos mesmos", declarou Supachai. Problemas que podem afetar as previsões são o protecionismo econômico, o crescimento reduzido dos países desenvolvidos, instabilidade fiscal em algumas das maiores economias, o terrorismo e a volatilidade dos preços do petróleo e outras matérias-primas.
Os setores mais atrativos para os entrevistados são o de tecnologias da informação e comunicação, serviços públicos, transportes e turismo, na área de serviços; de produtos eletroeletrônicos, máquinas e metais, na indústria; e produção de petróleo e mineração no setor primário.
O estudo revela ainda que mais de 50% das companhias transnacionais e dos especialistas consultados acreditam que as fusões e aquisições deverão ser o principal catalisador dos IED no biênio 2005-2006, enquanto que as agências de investimentos avaliam que novos empreendimentos deverão ter um papel importante também.