Riad – A atração de investimentos para o Brasil deu o tom da visita que o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, fez à Arábia Saudita neste sábado (18). Ele teve reuniões com os ministros da Indústria e Comércio, Tawfic Al Rabiah, e da Agricultura, Fahad Balghunaim, em Riad, capital do país.
Pimentel afirmou que o governo brasileiro considera a Arábia Saudita um aliado de grande importância nas searas política e econômica. “Temos convicção de que é possível expandir muito as relações em entre países amigos, irmãos”, disse o ministro brasileiro a Rabiah, acrescentando que as duas nações têm uma relação política de “muita identidade” em fóruns internacionais, como a ONU.
Ele acrescentou que as duas economias são complementares. De um lado, a Arábia Saudita tem petróleo e recursos financeiros de que o Brasil necessita. De outro, o Brasil tem a produção agropecuária que pode garantir segurança alimentar aos sauditas no longo prazo.
“Queremos atrair investimentos para nossa área de agronegócio. Empresas brasileiras que são ‘players’ internacionais poderiam receber capital saudita e garantir a segurança alimentar no longo prazo”, declarou Pimentel.
Rabiah afirmou que o país tem interesse no tema, pois é política do governo local investir em agricultura no exterior para garantir o abastecimento do mercado interno. A Arábia Saudita é desértica e não produz alimentos suficientes para abastecer sua população.
Balghunaim destacou que o Brasil faz “escola” na área agrícola. “Isso nos encoraja muito a ampliar nossos investimentos no País”, ressaltou. Ele afirmou, no entanto, que quem faz os investimentos são as empresas privadas, o governo somente incentiva.
Para Balghunaim, é “estranho” não haver mais investimentos sauditas no Brasil, apesar dos brasileiros “fazerem sua parte” na divulgação de oportunidades. “Não conseguimos entender o porquê”, declarou.
Nesse sentido, Pimentel sugeriu a realização de um encontro de empresas brasileiras do agronegócio com investidores sauditas ainda neste semestre. A ideia é selecionar companhias que tenham atuação internacional e que precisem de capital para ampliar seus negócios e investidores interessados no ramo.
“Existem empresas brasileiras que estão em um momento em que precisam de um sócio internacional”, disse Pimentel. “E é mais fácil ser sócio de quem já é nosso amigo”, afirmou. Balghunaim acrescentou que existe grande capital saudita em busca de investimentos e que é preciso fazer marketing dos projetos.
Pimentel disse que conta com apoio da Câmara de Comércio Árabe Brasileira para viabilizar o encontro. O presidente da entidade, Salim Taufic Schahin, participou das reuniões em Riad, assim como o embaixador do Brasil em Riad, Sérgio Canaes.
Schahin lembrou que existe a iniciativa de formação de um Conselho Empresarial Brasil-Arábia Saudita, para debater temas de interesse do setor privado dos dois países. Os membros do lado brasileiro já foram indicados, mas os sauditas ainda não apontaram os seus.
Pimentel afirmou também que existem oportunidades para investidores estrangeiros nas áreas de infraestrutura, especialmente nas concessões de aeroportos, rodovias, portos e ferrovias.
Ele ainda entregou a Rabiah uma carta da presidente Dilma Rousseff convidando o rei Abdullah Bin Abdulaziz para a Rio+20, conferência da ONU que vai ocorrer em junho.
O dia em Riad encerrou missão do Ministério do Desenvolvimento ao Oriente Médio, que teve eventos também no Catar e nos Emirados Árabes Unidos.