São Paulo – A embaixada do Brasil em Beirute lançou uma iniciativa para atrair os libaneses para as universidades brasileiras. Desde abril, o Centro Cultural Brasil Líbano conta com um escritório educacional para atender interessados em estudar nas instituições de ensino superior do País.
“O embaixador [Jorge Kadri] decidiu que era necessário aumentar a cooperação educacional com o Líbano”, explica Thiago Oliveira, chefe do setor cultural e educacional da embaixada brasileira no país árabe. Kadri é embaixador do Brasil em Beirute.
De acordo com Oliveira, o escritório divulga as vagas do Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G), do Programa de Estudantes-Convênio de Pós-Graduação (PEC-PG) e também de intercâmbio de professores e pesquisadores.
“Os programas disponibilizam vagas para estrangeiros em diversos cursos”, conta o diplomata. “Os libaneses que participam desenvolvem uma relação com o Brasil para a vida toda”, destaca. Por ano, 500 estrangeiros recebem vagas em universidades brasileiras, tanto em programas de graduação como nos de pós.
Os programas de graduação e de pós oferecem vagas em universidades públicas a estudantes de diversos países com os quais o Brasil tem convênio educacional, que é o caso do Líbano. Há ainda algumas universidades privadas que participam dos programas oferecendo vagas gratuitas a estrangeiros, como a Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro e a PUC de Campinas, entre outras.
O ensino aos estrangeiros que participam dos programas de intercâmbio é gratuito, mas os alunos que demonstrem um alto grau de desempenho acadêmico ou que venham de países muito pobres também podem ganhar bolsas de estudo para se manterem no Brasil.
O Ministério da Educação do Brasil (MEC) mantém ainda contato com o governo libanês para saber quais as áreas de maior interesse do país para que seus estudantes façam cursos no Brasil. “Geralmente são Medicina e a área de Saúde em geral, e também Engenharia, Agricultura, Energias Renováveis e Gestão de Risco Ambiental”, detalha Oliveira. “São áreas que o Brasil tem muito desenvolvidas”, destaca o diplomata.
Oliveira conta também que há um projeto de cooperação universitária com instituições do Líbano para que os alunos das universidades daquele país passem algum tempo estudando no Brasil. O diplomata lembrou que nos últimos dias foram assinados convênios entre universidades libanesas e o Grupo Coimbra de Universidades Brasileiras (GCUB) para cooperação universitária.
A assinatura dos convênios foi noticiada pela ANBA. O GCUB é uma associação civil de caráter acadêmico, científico e cultural que reúne 77 instituições de ensino superior brasileiras nas diferentes regiões do País.
Oliveira lembra ainda que o custo de vida no Brasil é mais barato que no Líbano, o que também é uma vantagem para os libaneses que pensam em estudar por aqui. “Quando comparamos os custos de aluguel, alimentação, transporte, o custo de vida é mais barato no Brasil”.
A educação em entidades privadas também tem um custo mais alto no país árabe. “Um curso de Medicina no Líbano pode chegar a US$ 150 mil. Isso também abre perspectivas para quem quer estudar em universidades particulares no Brasil”, diz Oliveira.
Vale lembrar que para estudar em universidades brasileiras é preciso ter um bom nível de português. No entanto, muitas universidades oferecem cursos de língua portuguesa para estrangeiros, o que permite que alunos sem fluência total na língua possam começar seus cursos mesmo assim.
O atendimento no escritório educacional no Centro Cultural Brasil Líbano é feito pelo oficial de chancelaria da embaixada Samir Funchal Oliveira, de segunda à sexta-feira, das 09h às 15h. Os interessados em ter mais informações sobre como estudar em universidades brasileiras podem marcar um horário com ele pelo e-mail samir.funchal@itamaraty.gov.br.