Brasília – A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) vão inaugurar, no início de 2010, um escritório em Bruxelas, na Bélgica, para prevenir os prejuízos causados por normas técnicas da União Européia (EU) sobre as exportações brasileiras para o bloco. Normas técnicas lançadas por países membros da UE têm funcionado como barreiras não-tarifárias e impedido exportações de diversos setores, como os de carnes, mármores e granitos e químico.
O presidente da Apex, Alessandro Teixeira, lembrou que o mercado comum europeu é o terceiro principal destino das exportações brasileiras, com cerca de US$ 31 bilhões entre janeiro e novembro deste ano. Ressaltou ainda que o Brasil tem perdido negócios por conta dessas normas técnicas que pegam as empresas brasileiras de surpresa. “Recentemente perdemos exportações porque a Irlanda fez lobby contra a carne brasileira e não tínhamos ninguém para nos defender”, ressaltou Teixeira. “Com o escritório, vamos nos antecipar aos problemas”, disse.
De acordo com o presidente da Apex, os setores químico e de mármores e granitos também foram afetados negativamente por recentes regulamentações da União Européia que funcionam como medidas de protecionismo. Teixeira lembrou que a China já tem um escritório com essas funções há vários anos e que a Rússia investiu US$ 100 milhões na sua unidade no ano passado. O convênio entre CNI e Apex foi assinado nesta terça-feira (15 de dezembro) em Brasília. O escritório de Bruxelas começará a funcionar em janeiro de 2010.
De acordo com o presidente da CNI, Armando Monteiro Neto, a parceria tem como objetivo monitorar permanentemente as políticas comerciais e financeiras adotadas ou em discussão pela União Européia, na busca de identificar obstáculos e oportunidades para a ação da indústria nacional. Ele salientou que a agenda do escritório em Bruxelas será construída conjuntamente pela CNI e pela Apex, por meio de mecanismos de consultas e disseminação de informações à base industrial.
Para Alessandro Teixeira, o único acordo desse tipo que o Brasil tem assinado vai dar um fôlego maior para as exportações para a UE. “Não é possível prever o quanto as exportações vão aumentar, mas o que posso dizer é que elas vão parar de cair”, destacou. A Apex fez, em 2009, mais de 800 eventos de promoção comercial em todo o mundo, sendo que mais de 40% deles foram em países do bloco europeu.