Dubai – Nesta edição da Big 5, feira de construção em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, as empresas brasileiras fizeram mais do que somente expor e receber os clientes em seus estandes. Elas participaram na manhã desta terça-feira (22) de um café da manhã com importadores promovido pela DMG, companhia organizadora da mostra, com patrocínio da Câmara de Comércio Árabe Brasileira e da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex).
E o encontro teve gente grande, como a CCC, uma das maiores empreiteiras do Oriente Médio, com sede no Líbano. “É muito interessante este evento, é uma grande exposição para construtoras e uma oportunidade para os fabricantes [de material de construção] apresentarem seus produtos”, afirmou Khalid Khatib, gerente técnico sênior da companhia.
A empresa tem negócios em diferentes países e é parceira da brasileira Odebrecht nas obras na Líbia, suspensas após a eclosão da revolução que resultou na deposição e morte do ditador Muamar Kadafi. “Esperamos que esta joint-venture seja apenas o começo da nossa relação”, disse Khatib. A retomada dos trabalhos no país do Norte da África depende do estabelecimento de um governo eleito.
Ele destacou que o mercado de construção, de modo geral, foi afetado pela crise das dívidas europeias pois os investidores hesitam em colocar seu dinheiro em projetos muito ambiciosos no momento. “Hoje os projetos são mais limitados”, declarou.
Nesse sentido, ele destacou que o mercado está muito competitivo, o que obriga as empresas a ter algum diferencial para se destacar nos quesitos competência e qualificação. “Isso vale não só para Dubai, mas para o mundo”, ressaltou.
Outra companhia de grande porte presente no café foi a Saudi Oger, uma das maiores construtoras da Arábia Saudita, atualmente o mercado mais aquecido da região. “Mais até [do que hoje somente], durante os últimos anos”, afirmou Ehab Abou Taleb, engenheiro civil da companhia.
Ele acrescentou que muitos investimentos estão ocorrendo no ramo de construção saudita, o que abre oportunidades para fornecedores de material, inclusive do Brasil. Taleb disse ainda que tem boas expectativas para a Big 5, que vai até quinta-feira (24).
Outro que participou do café foi o arquiteto Tariq Mirza, gerente de um projeto da Universidade Aga Khan, em Karachi, no Paquistão. Ele estava interessado em fazer contatos com exportadores de granitos.
Mirza conversou com o casal Marlucia e Luigi Martire, donos da trading ALM Brazil, que representa uma mineradora de rochas ornamentais. Ele poderia ter feito contato com mais empresas brasileiras, mas a Tropical Rocks, que também traria granitos para a feira, desistiu de expor na última hora.
Sorte de Marlucia, que acabou recebendo todos os contatos. No café, ela conversou com gente interessada em importar granitos, mármores e portas de madeiras. Ela contou que os importadores reclamaram muito que poucas empresas brasileiras têm representação em Dubai. “Às vezes eles (os importadores) precisam falar de forma mais fácil [com os fornecedores]”, afirmou a empresária, que pensa em abrir um escritório no emirado.
No encontro, fizeram apresentações o diretor da feira, Andy White, o CEO da Câmara Árabe, Michel Alaby, a diretora operacional da entidade, Andreia Monteiro, e o diretor de projeto da Apex, Anderson Dib. Houve ainda uma palestra de Lewis Pugh, primeira pessoa a percorrer um longo percurso a nado no Polo Norte.