São Paulo – O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) deu a largada na última semana a uma campanha nas Américas que vai arrecadar brinquedos para crianças refugiadas sírias que vivem na Jordânia. O Brasil vai participar e terá ações nos meses de junho e agosto, de acordo com informações do porta-voz do Acnur no País, Luiz Fernando Godinho.
O mote da campanha é “A Volta ao Mundo em uma Mochila”, já que uma mochila gigante percorrerá os países envolvidos para coletar os brinquedos. A mochila foi feita pela Totto, fabricante colombiana de malas e bolsas. Ela começará a viagem por Bogotá, em 20 de junho, Dia Mundial do Refugiado, e seguirá para Venezuela, Panamá, México, Honduras, Costa Rica, Brasil, Argentina e Estados Unidos.
A campanha foi idealizada pela agência de publicidade colombiana Sancho BBDO. Além da mochila que fará o trajeto, cada país envolvido terá uma mochila própria para encher de brinquedos. As ações devem ser diferentes em cada nação.
No Brasil, no dia 19 de junho, um dia antes da data oficial dos refugiados, a mochila que servirá apenas ao País estará em uma escola pública do Rio de Janeiro. Ela receberá 400 bonecos fabricados pela empresa brasileira Com Lola. As crianças da escola vão finalizá-los antes de colocar na mochila. Metade deles irá para os sírios da Jordânia e a outra metade para pequenos refugiados que vivem no Brasil. As crianças da escola do Rio também ouvirão uma palestra sobre os refugiados.
Outra ação parecida acontecerá quando a mochila comum passar no Brasil, o que vai ocorrer no final da primeira semana de agosto, segundo Godinho. Ela virá da Costa Rica, ficará no Brasil uma semana e partirá para a Argentina. Alguma atividade deve ser feita no Rio de Janeiro ou São Paulo no período. Cada país está programando a campanha à sua maneira, mas no Brasil, a princípio, os brinquedos serão novos e doados por empresas, sem arrecadação junto ao público em geral.
O objetivo da campanha não é apenas fazer a arrecadação dos brinquedos em si, mas também criar uma empatia com a população de refugiados e chamar a atenção para a situação das crianças. “É a face mais dramática do impacto humanitário das guerras e conflitos”, afirma Godinho, lembrando que as crianças perdem suas referências, suas redes familiares e escolares e passam a viver uma situação complicada, de incerteza, o que traz um grande impacto para as suas vidas.
Muitos destes pequenos acabam desamparados em função dos conflitos, com perda de familiares por morte ou mesmo separação no momento de fuga. “Mas elas mostram também uma grande capacidade de readaptação”, diz.
Uma pesquisa do Acnur mostra que mais da metade da população de refugiados no mundo, que soma 50 milhões de pessoas, é composta por crianças e jovens com até 18 anos. Dos 628 mil sírios que vivem em campos de refugiados na Jordânia, 35% também têm esse perfil.
Mais informações:
http://www.acnur.org
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