Doha – Empreendimentos para a Copa do Mundo de 2022, construção de casas e de um bairro universitário são alguns dos projetos de em andamento no Catar que podem render oportunidades de negócios a empresários brasileiros. Foi o que afirmou neste sábado (03), em Doha, o gerente sênior de projetos da KEO Consultants, Rick Sassin, no seminário “Catar: um país em transformação – sede da Copa de 2022”, organizado para uma delegação empresarial da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) que está no país.
A KEO participa da elaboração de projetos e de construções no Líbano, Kuwait, Bahrein, Abu Dhabi, Dubai, Omã, Al Ain, Washington e no Catar, onde fica sua sede.
Sassin citou como exemplo de grande projeto a Pérola, bairro parcialmente concluído que, quando estiver totalmente pronto, terá 55 mil imóveis. Em Doha, começa a ser construído também um bairro com capacidade para 250 mil imóveis, e em 2020 deve ser concluída a Education City (Cidade da Educação), empreendimento projetado atrair universidades de todo o mundo.
“Enquanto Dubai investe no turismo e Abu Dhabi deseja se tornar um centro cultural, Doha se prepara para ser um centro universitário da região”, disse Sassin aos participantes da missão. Para isso, a cidade precisa de fornecedores de materiais, projetos, arquitetos, engenheiros e construtores.
Duas empresas brasileiras que já estão no Catar também participaram do seminário. As construtoras OAS e Odebrecht chegaram a Doha há um ano para executar obras de infraestrutura. As empresas ainda não têm projetos no país, mas concorrem em algumas licitações. “O Catar é um país novo, que ainda está se estruturando. Doha quer fazer mais do que Dubai tem feito [para crescer]”, afirmou o gerente local de desenvolvimento de negócios da Odebrecht, Georges Karam.
No seminário, Karam e o diretor do Oriente Médio da OAS, Antonio Roquim Neto, informaram que para uma construtora estrangeira executar obras no Catar ela precisa se associar com um empresário local. Sassin disse que, para empresas donas de terrenos na Education City, há redução na cobrança de taxas durante o período de obras.
Os empresários que participam da missão acreditam que podem fazer bons negócios no Catar. “Vejo oportunidades para os brasileiros em setores como o fornecimento de matéria- prima. Além disso, encontrar as grandes empresas e um empreendedor local é bom porque aprendemos técnicas diferentes de construção, vemos como funciona a documentação das obras e também podemos fazer contatos. É um começo”, afirmou o líder da missão catarinense, Marco Antonio Corsini.
Diretor executivo da LHW engenharia, de Joinville, Luciano Watzko afirmou que os empreendedores do Catar não enfrentam um dos principais problemas que fazem parte da rotina dos construtores brasileiros: dinheiro. “A velocidade com que fazem obras aqui é impressionante. É tudo muito rápido. No Brasil, precisamos fazer diversos cálculos de custo antes de começar uma obra. Aqui, não”, disse.
O diretor regional da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), Sidney Alves Costa, disse que a entidade pode ajudar os empreendedores brasileiros a atuar no país e afirmou que o escritório da agência, que foi aberto em Doha há um ano, foi criado justamente por causa da demanda. “Podemos participar dos projetos. Queremos ajudá-los a explorar todas as oportunidades”, disse.
A missão tem apoio da Câmara de Comércio Árabe Brasileira e o diretor geral da instituição, Michel Alaby, integra a delegação. Depois de Doha, os empresários seguem para Dubai, onde vão visitar a Big5, feira do ramo de construção.