Isaura Daniel
São Paulo – O comércio do Brasil com os países árabes cresceu 28,3% no ano passado e alcançou US$ 10,5 bilhões, resultados de exportações brasileiras de US$ 5,2 bilhões e importações de US$ 5,3 bilhões. Em 2004, a corrente comercial entre o Brasil com o mundo árabe ficou em US$ 8,192 bilhões. Os dados são da Secretária de Comércio Exterior do governo federal.
O presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Antonio Sarkis Jr., comemorou o resultado. "O comércio está equilibrado. O crescimento das exportações e importações foi praticamente o mesmo", disse Sarkis. As exportações brasileiras para os países da Liga Árabe aumentaram 29%, enquanto as importações cresceram 28% no ano passado.
Em 2004, o Brasil faturou US$ 4 bilhões com vendas para os árabes e gastou US$ 4,1 bilhões com compras de produtos da região. "O déficit foi o mesmo também", lembrou Sarkis. Assim como no ano passado, em 2004 o comércio com os árabes também foi deficitário para o Brasil em cerca de US$ 100 milhões.
A corrente comercial cresceu em US$ 2,3 bilhões no ano passado, dos quais US$ 1,17 bilhão correspondeu a exportações brasileiras e US$ 1,15 bilhão a importações. "Superamos as expectativas. Não se previa um crescimento tão grande", disse o secretário-geral da Câmara Árabe, Michel Alaby. No começo do ano de 2005, a Câmara Árabe estimava aumento de 13% para as exportações brasileiras ao mundo árabe. A meta foi elevada para 20% no decorrer do ano.
Fatia árabe
Também aumentou a participação do mercado árabe nas exportações brasileiras: de 4,18% em 2004 para 4,41% no ano passado. "Cresceu 5,5%", afirmou Alaby. O secretário-geral destacou como um dos principais fatores para o aumento das vendas para as nações da Liga Árabe a elevação dos preços do petróleo. "Com o aumento do preço do petróleo, os países árabes acumularam mais divisas e puderam aplicar o dinheiro em importações. Os países cresceram em função do petróleo", disse.
Antonio Sarkis Jr. também destacou a realização da cúpula dos países árabes e sul-americanos, que ocorreu no mês de maio em Brasília, como um dos fatores que impulsionaram o comércio. O encontro reuniu líderes governamentais e empresariais das duas regiões. "Hoje os árabes conhecem mais o potencial brasileiro. Estamos começando a ser conhecidos no mundo árabe pela qualidade e competitividade de nossos produtos", disse Sarkis.
Alaby destacou também o empenho da Câmara Árabe na promoção do comércio. De acordo com o secretário-geral, a entidade participou de 17 eventos no mundo árabe e recebeu mais de 200 empresários árabes no Brasil no decorrer de 2005. Para 2006, as projeções continuam sendo positivas.