Isaura Daniel
São Paulo – Empresas brasileiras estão interessadas em participar do processo de expansão da indústria petrolífera da Síria. De acordo com o embaixador do país árabe em Brasília, Ali Diab, duas companhias nacionais, a Odebrecht e a Petrobras, buscaram informações na embaixada a respeito de concorrências para a construção de refinarias e exploração de petróleo e gás no país árabe.
A Síria promove atualmente processos de licitação no setor. Um deles, cujo prazo de envio de propostas se encerra na próxima segunda-feira (03), é para a exploração de petróleo e gás em nove blocos espalhados pelo país. O outro é para estudo de construção de uma planta de extração de petróleo e tem prazo de término de envio de propostas em 20 de dezembro.
A imprensa síria também noticiou que o país pretende construir a sua terceira refinaria de petróleo no Nordeste da província de Deir Al-Zour. A Síria tem atualmente duas refinarias, uma delas na cidade de Homs e outra em Banias. A primeira produz 107 mil barris de petróleo por dia e a segunda 239 mil barris. A intenção do governo sírio, porém, é aumentar esses volumes. De acordo com o embaixador da Síria, a nova refinaria terá investimentos de US$ 1,5 bilhão.
De acordo com Ali Diab, o setor de petróleo é um nos quais há oportunidades para os brasileiros na Síria. As atuais licitações em andamento no país no setor são abertas aos estrangeiros. O embaixador lembra de outros segmentos onde pode haver lugar para empresas brasileiras na Síria, como o de alimentos. "A Síria produz grãos e tem interesse em indústrias alimentícias", diz. Os sírios têm manifestado, em rodadas de negócios e feiras no Brasil e em Damasco, interesse em formar joint-ventures com empresários brasileiros para produzir no país árabe.
Biblioteca
De acordo com o embaixador da Síria, as relações políticas e econômicas entre os dois países cresceram bastante após a cúpula dos países árabes e sul-americanos, que ocorreu em maio, em Brasília. De fato, a corrente comercial entre os dois países cresceu 56% entre junho e agosto deste ano, chegando a US$ 86,2 milhões. Nos mesmos meses do ano passado, a soma das importações e exportações ficou em US$ 55,3 milhões. As exportações brasileiras para a Síria aumentaram 10%, de US$ 53 milhões para US$ 59 milhões, e as vendas do país árabe para o Brasil saíram de US$ 1,5 milhão para US$ 27,1 milhões.
Ali Diab afirmou à ANBA que a embaixada está trabalhando para dar continuidade aos assuntos da cúpula. Uma das ações é a preparação da reunião que vai ocorrer nos dias 14 e 15 de dezembro, na cidade de Aleppo, na Síria, para tratar da instalação da biblioteca árabe e sul-americana. A biblioteca será digital e reunirá obras de autores das duas regiões. O encontro em Aleppo reunirá diplomatas e estudiosos das duas regiões. A biblioteca deve entrar em operação no próximo ano.
De acordo com o embaixador, o Brasil e a Síria têm muitos laços culturais que os unem e isso pode ser reforçado ainda mais. "Os árabes tem presença de mais de 850 anos na Península Ibérica, na Espanha e Portugal, e deixaram muitas heranças lá. Indiretamente, então, participaram até do descobrimento do Brasil", diz Diab.
Serviço
Informações sobre exploração de petróleo na Síria
Ministério do Petróleo e Recursos Minerais
Site: http://www.mopmr-sy.org