São Paulo – O Conselho Empresarial Brasil-Egito se reuniu pela primeira vez nesta segunda-feira (05), no Cairo. O órgão criado para discutir entraves e oportunidades de negócios entre os dois países já estava formado e havia sido lançado oficialmente em dezembro, quando o ministro egípcio da Indústria e Comércio, Tarek Kabil, esteve no Brasil. As partes brasileira e egípcia, no entanto, ainda não tinham se encontrado frente a frente.
<
O presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Rubens Hannun, o diretor-geral, Michel Alaby, e o assessor de projetos especiais da entidade, Tamer Mansur, participaram da reunião. Segundo Hannun, fazem parte do conselho alguns dos principais empresários do Egito, como Emad El Sewedy, presidente da El Sewedy Electrometer, que produz relógios de medidor de luz. Ele é presidente do conselho pelo lado egípcio, assim como Hannun é pelo lado brasileiro.
Participaram também representantes do Ministério da Indústria e Comércio do Egito, das empresas brasileiras Marcopolo, de ônibus, e Camargo Corrêa, que tem uma fábrica de cimento no Egito, e o embaixador brasileiro no Cairo, Ruy Amaral.
De acordo com a Hannun, uma das principais demandas apresentadas pelos egípcios é a redução do prazo para desgravação de algumas mercadorias egípcias incluídas no acordo de livre comércio Mercosul-Egito, que entrou em vigor no ano passado. O Egito irá apresentar uma lista de produtos que querem ver desgravados mais rapidamente, e o assunto voltará a ser discutido numa segunda reunião do conselho, programada para ocorrer em São Paulo no início de abril, paralelamente ao Fórum Econômico Brasil-Países Árabes, que a Câmara Árabe vai organizar.
Para falar sobre o fórum em São Paulo, os executivos da Câmara Árabe Brasileira se reuniram com o presidente da União das Câmaras Árabes, Nael Al Kabariti. A União é co-promotora do evento. “Ele é uma pessoa muito importante para o comércio com os países árabes”, disse Hannun. A União reúne todas as câmaras de comércio dos países árabes e também as chamadas “câmaras conjuntas”, como a Câmara Árabe Brasileira.
O fórum foi tema também de reuniões com representantes da Câmara de Comércio do Cairo, do Ministério dos Investimentos do Egito e da Liga dos Estados Árabes. “Parece que teremos muitas delegações no fórum”, afirmou Hannun. Os egípcios querem, por exemplo, divulgar sua nova legislação sobre investimentos no Brasil.
Nova capital
<
No final de semana, Hannun, Alaby e Mansur participaram da terceira edição do Fórum de Investimentos no Egito, no Cairo. Segundo o presidente da Câmara Árabe, um dos assuntos mais comentados foi a construção da nova capital administrativa do país, próxima ao Cairo. “Falaram muito da importância da nova capital a da rapidez com que ela está sendo construída”, comentou.
Conforme a ANBA noticiou na semana passada, o presidente da agência estatal responsável pela construção, Ahmad Zaki Abdeen, disse que vários órgãos do governo serão realocados para as novas instalações em 18 meses. O projeto foi anunciado em 2015, com custo estimado em US$ 45 bilhões. “Esse empreendimento traz muitos investimentos e os egípcios precisam muito disso”, observou Hannun.
Os egípcios estão muito interessados também em utilizar ao máximo o acordo com o Mercosul. Nesta terça-feira, o Ministério da Indústria e Comércio do país promove no Cairo um seminário sobre o tema, que contará com uma apresentação de Michel Alaby. “Isso é resultado do seminário sobre o acordo que nós promovemos na Câmara em dezembro [na capital paulista]”, destacou Hannun. O evento teve participação do ministério egípcio. “Eles querem discutir com os empresários o potencial e as oportunidades criadas pelo acordo”, concluiu.