São Paulo – A cooperação entre os países ajudou o mundo a enfrentar melhor a crise financeira vivida desde o final do ano passado. Esse foi o principal tom do discurso do diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, no encontro anual do organismo, ontem (6), em Istambul, na Turquia. “Fomos testemunhas de um nível de colaboração em política econômica sem precedentes, com a participação de mais países que nunca”, disse Strauss-Kahn.
De acordo com o diretor-gerente, foram os líderes do G-20, grupo formado pelas maiores economias emergentes do mundo, que mais aproveitaram a cooperação política neste período. “Neste mundo moderno e globalizado já não tem sentido que a política econômica mundial seja incumbência de um grupo reduzido de países. Como reflexo desta nova realidade, uma das grandes mudanças no último ano foi o crescimento do G20”, falou.
O discurso de Strauss-Kahn foi alinhado com a decisão do FMI em mudar a sua representação para que os países emergentes tenham mais voz na instituição. Como já havia anunciado anteriormente, o diretor-gerente reforçou em seu discurso o comprometimento em transferir pelo menos 5% das cotas de participação do FMI que hoje estão com países desenvolvidos aos países emergentes e em desenvolvimento. Isso deve ocorrer até janeiro de 2011. Os Brics – Brasil, Rússia, Índia e China – pediam a transferência de 7% das cotas.
Strauss-Kahn ressaltou que a crise ainda não está resolvida, mas que o mundo vive uma situação melhor. “Parece que o motor do crescimento voltou a funcionar. Nossas projeções mais recentes sugerem que a atividade econômica mundial crescerá ao redor de 3% em 2010, depois que retrair-se 1% em 2009”, disse. Ele sugeriu que os países aproveitem a oportunidade para configurar um novo mundo, do pós crise. O encontro foi a assembléia anual conjunta do FMI e do Banco Mundial (BM).