Brasília – O Comitê Internacional da Cruz Vermelha abriu nesta segunda-feira (15) uma conta corrente para arrecadar, entre brasileiros, doações para as vítimas do conflito armado e da seca que atingem a Somália. A instituição já havia anunciado precisar de um aporte orçamentário de 67 milhões de francos suíços (cerca de R$ 130 milhões) para poder prestar ajuda humanitária a mais de 1,1 milhão de somalis que se encontram em “situação desesperadora”.
As doações feitas ao comitê por meio da conta 01034-73, agência 1276, do banco HSBC servirão principalmente para que a Cruz Vermelha distribua alimentos aos mais necessitados. De acordo com a instituição, isso permitirá que milhares de pessoas que se encontram em situação de extrema vulnerabilidade e que não conseguem deixar a região sobrevivam à fome até a próxima colheita, em dezembro. A organização atua no país africano desde 1977.
A Cruz Vermelha, em julho, distribuiu quantidade de alimentos suficientes para suprir por um mês a 162 mil pessoas. Ainda assim, a situação é considerada tão grave que a entidade decidiu ampliar sua operação nas regiões sul e central do país e oferecer assistência a 1,1 milhão de pessoas que sofrem com a falta de água, de alimentos e com a luta armada.
Já o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) reiterou sua preocupação com a situação na Somália, reforçando o pedido para que os estados membros atendam à convocação de emergência. O conselho afirmou não ter obtido ainda os recursos necessários para ajudar a população somaliana. No final de julho, o Itamaraty anunciou a doação de 38 mil toneladas de gêneros alimentícios à Somália e 15 mil toneladas para campos de refugiados na Etiópia.
Durante uma coletiva de imprensa, o presidente do conselho, o embaixador indiano Hardeep Singh Puri, pediu que as partes envolvidas no conflito armado permitam e assegurem o acesso de quem presta assistência humanitária aos necessitados.
“Os membros do Conselho de Segurança clamam a todas as partes e grupos armados [envolvidos no conflito] que assegurem o acesso irrestrito e em condições seguras aos trabalhadores humanitários para que possam ajudar aos somalianos que necessitam”, declarou o diplomata.