São Paulo – Seis editoras brasileiras participam com a Câmara Brasileira do Livro (CBL) da Feira Internacional do Livro de Sharjah, que ocorre a partir da próxima quarta-feira (01) nos Emirados Árabes Unidos. Os editores estarão também em jornadas de negócios, que ocorrem nos dois dias anteriores à mostra, para negociar a publicação de livros brasileiros por editoras estrangeiras, principalmente de países árabes.
Sharjah vem trilhando um relacionamento com a CBL e o mercado editorial brasileiro e será tema da próxima Bienal do Livro de São Paulo, em 2018. Desde o ano passado, houve uma série de encontros entre representantes da associação e do emirado. “É um outro momento agora, em que editores brasileiros vão ao mundo árabe”, afirma o gerente de Relações Internacionais da CBL, Luiz Álvaro Salles de Aguiar Menezes.
Participam da viagem a Sharjah profissionais das editoras Companhia da Letras, Solisluna, Pipoca, Girassol e Cortez, além do agente literário Marco Antonio Garcia de Souza, que representará as editoras Pallas, Callis e Jujuba. O grupo integra o Brazilian Publisher, programa de fomento às exportações de conteúdo editorial brasileiro que é levado adiante pela CBL e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).
Menezes está otimista quanto à participação brasileira e acredita que está sendo estabelecido um relacionamento cultural e de negócios duradouro com a região. Questionado sobre os livros brasileiros que podem ter demanda entre os árabes, o gerente lembra que os romances e a literatura infantil têm bastante aceitação no exterior. “Mesmo que sejam regionais”, diz Menezes sobre os romances, citando as boas possibilidades das obras de Milton Hatoum.
As jornadas vão ocorrer na Câmara de Comércio e Indústria de Sharjah e serão disponibilizadas bolsas de US$ 300 mil para tradução e publicação de livros pelos participantes. “A jornada é muito boa, muito bem organizada, facilita muito a realização de negócios”, diz Menezes. A inscrição para a bolsa deve ser feita depois que duas editoras decidem pela tradução de uma obra e o dinheiro – que varia segundo o livro e suas necessidades – vai para quem a publicará.
Já em Sharjah, os brasileiros terão um dia para conhecer o emirado e depois participam dos dois dias de jornadas. Também na segunda-feira, eles estarão na inauguração da Sharjah Publishing City, uma área de livre comércio voltada ao mercado editorial que abrigará em um mesmo local editoras, gráficas, revisores e toda as partes envolvidas na cadeia do livro.
Nos dias 01 e 02 de novembro os brasileiros participam da feira. Não haverá estande do Brasil. De acordo com Menezes, o objetivo é conhecer uma feira de livros no mundo árabe, entender como funciona, prospectar editoras que não estiveram nas jornadas e sentir a cultura árabe. “Existe toda uma cultura a ser descoberta”, afirma Menezes, lembrando que apesar dos laços de imigração, a região não é muito conhecida pelos brasileiros.