São Paulo – Delegação organizada por órgãos de promoção comercial do Egito realiza nesta sexta-feira (08), na Câmara de Comércio Árabe Brasileira, em São Paulo, um seminário que terá como ponto central o acordo de livre comércio entre o Mercosul e o Egito, que entrou em vigor em setembro.
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“Em primeiro lugar, estamos interessados em mostrar aos empresários brasileiros este acordo entre eles e o Egito”, disse à ANBA o primeiro subsecretário do Ministério da Indústria e Comércio do Egito, Ahmed Anter, líder da missão, na noite desta quinta-feira (07), após reunião com o presidente da Câmara Árabe, Rubens Hannun, o vice-presidente de Relações Internacionais, Osmar Chohfi, e outros executivos da entidade.
Anter é chefe do Serviço Comercial do Egito (ECS, na sigla em inglês), responsável pelos escritórios comerciais do país no exterior, como o que existe em São Paulo e é dirigido pelo cônsul Mohamed Elkhatib, que também participou da reunião com os executivos da Câmara Árabe. “Depois nós podemos dizer quais produtos temos a oferecer, e vocês, o que têm a nos oferecer”, acrescentou o subsecretário.
De antemão, porém, ele disse que o Egito tem especial interesse em promover as exportações de têxteis e confecções para o Mercosul, setor que é considerado prioritário. Outros itens que os egípcios querem exportar são materiais de construção, vegetais e frutas frescas e outros produtos agrícolas, e móveis.
Anter estava acompanhado da CEO da Agência de Desenvolvimento de Exportações do Egito (EDA, na sigla em inglês), Sherine El Shorbagi, e do diretor do setor de políticas de exportação da agência, Ahmed Rizk.
Durante a reunião, Anter destacou que o acordo Mercosul-Egito facilitará o aumento do comércio bilateral e que o seu país quer reduzir o déficit comercial que tem com o Brasil. “Há uma pauta de produtos que gostaríamos de começar a exportar”, afirmou.
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As exportações do Brasil ao Egito somaram mais de US$ 2 bilhões de janeiro a outubro, um aumento de 32% sobre o mesmo período do ano passado. Os principais itens embarcados foram açúcar, carne bovina, milho, carne de frango e minério de ferro.
Na outra mão, o Egito vendeu ao Brasil o equivalente a US$ 140 milhões, um aumento de 91,6% na mesma comparação. Os principais itens da pauta são fertilizantes, naftas e azeitonas. Os dados são do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços do Brasil (MDIC).
Feiras
Além de explorar as oportunidades do acordo, os egípcios querem promover seus produtos em feiras de negócios no Brasil. “Temos interesse especial em participar com vocês da Apas”, disse Anter, referindo-se à feira da Associação Paulista de Supermercados, cuja próxima edição irá ocorrer de 07 a 10 de março. Como em anos anteriores, a Câmara Árabe terá um estande na mostra para expositores de países árabes. “Não estamos só interessados na Apas, mas em mais feiras, queremos ver com a Câmara Árabe de quais podemos participar”, acrescentou.
Rubens Hannun sugeriu a realização de exposição exclusiva de produtos egípcios na sede da Câmara Árabe. “Podemos pensar em fazer uma feira egípcia aqui em nosso espaço”, destacou. A nova sede da Câmara Árabe tem amplas áreas para conferências, exposições, reuniões e recepções.
“Queremos que os consumidores brasileiros vejam os produtos egípcios como sendo seguros, da melhor qualidade e com preços competitivos”, ressaltou Shorbagi. “Temos uma estratégia de exportações que prevê diversificação da pauta e acesso a novos mercados, e o governo está incentivando o setor privado a ir para a América Latina”, acrescentou ela.