Da redação
São Paulo – A Emirates Airlines, empresa aérea sediada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, tem encomendados atualmente 100 aviões da Airbus e da Boeing. Estes pedidos, segundo informações da própria companhia, estão avaliados em US$ 30 bilhões. Entre eles estão 45 unidades do Airbus A380, apelidado de Superjumbo, o maio avião de passageiros já fabricado lançado recentemente pela companhia européia.
As primeiras entregas do A380 para a empresa árabe serão feitas no próximo ano. Ao todo, 14 companhias encomendaram um total de 139 unidades do modelo, mas a Emirates é, até o momento, a maior compradora. A aeronave tem capacidade para carregar 555 passageiros em uma configuração de três classes.
A companhia ainda tem encomendados 30 Boeings 777-300ER, 20 Airbus A340-600 HGW, dois A340-500 e três cargueiros A310-300. Com estas encomendas a empresa tem planos de dobrar de tamanho até 2012. Hoje ela opera com 73 aeronaves, todas fabricadas pela Boeing e pela Airbus, com média de idade de 46 meses.
Com uma estratégia forte de expansão da frota e diversificação de destinos atendidos, a Emirates, fundada em 1985, acumula lucros consecutivos há 17 anos. Isso em um setor em que várias companhias vêm amargando grandes prejuízos. Segundo sua assessoria de imprensa, a Emirates é empresa de vôos intercontinentais que mais rapidamente cresce no mundo, em média 20% ao ano, além de ser uma das cinco mais lucrativas e estar entre as 20 maiores.
Os últimos dados divulgados pela empresa, referentes ao semestre fiscal de abril a setembro de 2004, mostram um lucro de US$ 236 milhões, contra US$ 167 milhões no período anterior. Foi o melhor resultado semestral da companhia. Já o faturamento ficou em US$ 2,2 bilhões, ou 42% a mais do que no semestre fiscal anterior. Houve também um aumento de 25,5% no número de passageiros, para 6,1 milhões
No último ano fiscal (abril de 2003 a março de 2004), a empresa transportou 10,4 milhões de passageiros, 2 milhões a mais do que no período anterior, e teve um lucro de US$ 429 milhões, com um crescimento de 73,5% em comparação com o ano fiscal de 2002-2003. O faturamento, por sua vez, foi de US$ 3,6 bilhões, ou US$ 1 bilhão a mais do que no período anterior.
Na semana passada a companhia anunciou que pretende inaugurar um vôo diário para a Pequim, capital da China, aumentando para quatro o número de cidades atendidas no país asiático. As outras são Xangai, Hong Kong e Dalian (somente transporte de carga). As operações devem começar no dia 1° de fevereiro do próximo ano e serão utilizados jatos Airbus A 340-300 configurados com 267 assentos, três classes e capacidade para 13 toneladas de carga.
Para o Brasil
A empresa pretende também inaugurar em breve um vôo direto entre Dubai e o Brasil. A companhia informou que a rota faz parte do plano de expansão da companhia, mas ainda não há uma data definida para o início das operações. "As condições do mercado mudam toda hora, então os planos sobre elementos essenciais, como agenda e freqüência (dos vôos), só serão definidos após um estudo da rota, uma pesquisa de mercado e depois de uma data de início das operações ter sido definida", disse à ANBA por e-mail John Tome, do departamento de comunicação da Emirates.
No entanto, o presidente da companhia, Ahmed bin Saeed Al Maktoum, disse recentemente à revista IstoÉ Dinheiro que o vôo deve ser inaugurado ainda este ano. Em 2004 os governos do Brasil e dos Emirados assinaram um acordo aéreo que permite até 14 vôos semanais entre os dois países. O tratado abriu caminho para a empresa criar uma rota para São Paulo e, posteriormente, dependendo da demanda, outra para o Rio de Janeiro.
De acordo com a assessoria da Emirates, a aeronave que será utilizada nos vôos para o Brasil deve ser o Airbus A340-500, o mesmo que opera nas rotas entre Dubai e Sidney, na Austrália, e Nova York, nos Estados Unidos. Atualmente a empresa opera vôos para 78 cidades em 55 países da Europa, América do Norte, Oriente Médio, África e Ásia. Além do transporte de passageiros, a companhia tem uma divisão de cargas e uma operadora de turismo.