São Paulo – O Brasil aumentou consideravelmente as suas exportações de autoveículos desmontados (CKD) entre janeiro e setembro deste ano. Enquanto nos nove primeiros meses do ano passado as montadoras instaladas no país venderam 75.194 veículos leves, ônibus e caminhões desmontados fora do Brasil, no mesmo período deste ano as exportações foram a 201.790 unidades. O aumento foi de 168%. Se comparado setembro deste ano, individualmente, sobre o mesmo mês de 2009, o crescimento ficou em 184% para 27.181 unidades.
O movimento no CKD influenciou no crescimento geral das exportações e fez com que o ticket médio dos envios externos caísse, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). “Não é negativo, tudo o que se está produzindo, se está exportando, é positivo. São países que estão se recuperando e absorvendo CKD. Mas o melhor mesmo, claro, é crescer com veículos montados”, afirmou o presidente da Anfavea, Cledorvino Belini, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (7), em São Paulo.
As exportações de autoveículos montados também cresceram, mas menos. Entre janeiro e setembro, as vendas alcançaram 367.734 unidades contra 247.871 unidades no mesmo período de 2009, com alta de 48,4%. Só em setembro foram enviados ao exterior 43.596 veículos montados contra 30.785 do mesmo mês do ano passado, com avanço de 41,6%. O aumento das vendas de CKD fez a Anfavea revisar para cima as suas previsões para as exportações. A previsão agora é que sejam exportados 750 mil veículos, contra os 620 mil estimados anteriormente, em agosto. Em 2009 foram exportados 475 mil autoveículos.
O aumento nas exportações de CKD foi influenciado, principalmente, por compras da Argentina e África do Sul. De acordo com Belini, a Anfavea resolveu rever a previsão de exportações porque, conversando com as montadoras, descobriu que essas vendas devem se manter. Elas vão influenciar, inclusive, no aumento de produção. A Anfavea prevê produção de 3,6 milhões de autoveículos no país, incluindo montados e desmontados, com crescimento de 13,1%. Do total, 200 mil devem ser CKD e 3,4 milhões montados.
No geral, incluindo veículos montados e desmontados, foram exportados 569,5 mil veículos entre janeiro e setembro, com avanço de 76,3% sobre o mesmo período de 2009. Em valor, as vendas externas alcançaram US$ 7,6 bilhões nos nove primeiros meses deste ano contra US$ 4,7 bilhões em iguais meses do ano passado. O crescimento foi menor do que o do volume – 60,4% – já que houve queda no ticket médio em função do avanço do CKD. "Quando se exporta veículos montados, se está colocando mais conteúdo, mais trabalho em cima", disse Belini. "Mas a curva de exportação de CKD é boa", complementou.
A produção total de autoveículos no Brasil avançou 17,3% entre janeiro e setembro, com 2,72 milhões de unidades fabricadas (montadas e CKD). Em setembro, individualmente, foram produzidas 308,1 mil veículos leves, caminhões e ônibus, com crescimento de 12,7% sobre setembro de 2009. O licenciamento de autoveículos novos no país avançou 8,7% de janeiro a setembro sobre o mesmo período de 2009, com 2,5 milhões de unidades. Em setembro foram emplacados 307,1 mil veículos, com queda de 0,5% sobre o mesmo mês de 2009.