São Paulo – O embaixador do Sudão em Brasília, Abd Elghani Awad Elkarim, se reuniu nesta terça-feira (16) com empresas brasileiras de máquinas agrícolas que investem ou pretendem investir no Sudão e reconheceu que um dos principais desafios para o desenvolvimento do país é obter financiamento. Ele afirmou, contudo, que o governo sudanês está negociando com nações árabes do Golfo a liberação de linhas de crédito para construção de usinas de etanol e açúcar e para financiar importações.
Segundo Elkarim, o Sudão é um mercado atrativo para os implementos agrícolas brasileiros porque está em crescimento e porque tem muitas semelhanças com o Brasil. “As duas nações têm terras para plantio e o Brasil tem excelência no desenvolvimento da agricultura. Isso pode ser levado para o Sudão”, disse o embaixador durante o encontro realizado Câmara de Comércio Árabe Brasileira , em São Paulo.
O embaixador afirmou que os sudaneses estão investindo no aumento da produtividade agrícola para gerar renda e garantir a segurança alimentar da população.
O governo e as empresas do país têm, no entanto, dificuldade em executar os projetos porque o Sudão ainda sofre embargos econômicos. Isso dificulta a obtenção de linhas de financiamento. Ele afirmou, porém, que possibilidade de obtenção de crédito com bancos da Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Kuwait.
Oportunidades
Analista de exportações da Baldan, que exporta máquinas para o Sudão, Euripes Soares Júnior, afirmou que o encontro com o embaixador sudanês ajudou as empresas que atuam no país, ou que querem exportar para lá, a conhecer melhor quais são as demandas locais.
Soares Júnior observou que a semelhança natural e climática com o Brasil ajuda nos negócios. “A agricultura deles é parecida com a nossa e isso é bom porque não precisamos fazer grandes mudanças nos nossos produtos para atender aquele mercado. Mas o financiamento realmente é uma dificuldade”, afirmou.
O representante da Jumil, que fabrica plantadoras, distribuidoras de fertilizantes e roçadeiras, entre outros produtos, Weliton Coelho, disse que há fazendeiros no Sudão que desejam investir em novos produtos e em tecnologia, mas que a falta de linhas de crédito muitas vezes dificulta o negócio.