São Paulo – A Tunísia precisa reduzir rapidamente o déficit em conta corrente e o déficit orçamentário. De acordo com uma delegação do Fundo Monetário Internacional (FMI) que visitou o país do Norte da África de 12 a 27 de novembro a convite das autoridades locais, a Tunísia também precisa colocar em prática mais rapidamente reformas estruturais e promover o crescimento da economia.
Em nota divulgada na noite de segunda-feira (02), o chefe da delegação que foi à Tunísia, Amine Mati, afirmou, em comunicado, que a duração do processo de transição política e “incidentes” de segurança têm gerado efeitos adversos sobre a economia tunisiana, o que se reflete em lento crescimento, atraso na implantação de reformas e desconfiança de investidores estrangeiros.
“Para solucionar os principais desafios à Tunísia, esforços imediatos e urgentes são necessários para controlar os déficits orçamentário e externo, reduzir as vulnerabilidades do setor bancário e gerar um crescimento mais rápido e inclusivo que possa absorver o desemprego ao mesmo tempo em que reduz as disparidades econômicas e sociais”, afirma o Fundo no comunicado.
Segundo o FMI a expectativa é que o déficit orçamentário cresça para 8,8% do Produto Interno Bruto (PIB) tunisiano em 2013, devido a restos a pagar do orçamento de 2012 que foram assumidos pelo exercício deste ano, aumento nos subsídios energéticos e atrasos nos pagamentos maiores do que os previstos. O documento afirma que o déficit em conta corrente “continua a crescer”, devido à baixa procura por produtos tunisianos no exterior e à redução das receitas procedentes do turismo.
“É essencial acelerar a implantação do programa de reformas do governo para gerar um crescimento mais rápido e inclusivo, especialmente por meio da reforma do setor bancário, a introdução de novos procedimentos de licitação, novas regras para investimentos e um programa de apoio familiar aos mais vulneráveis”, sugere o documento. A previsão do FMI é que o PIB da Tunísia cresça 2,7% e a inflação seja de 5,5% ao fim de 2013.