Marina Sarruf
São Paulo – A Câmara de Comércio Árabe-Brasileira (CCAB) e a Federação das Câmaras de Comércio da Síria vão trabalhar juntas para aproximar os setores de transporte, agricultura, indústria e investimentos dos dois países. Uma primeira reunião para estabelecer detalhes das parcerias será realizada nesta quinta-feira (8) em Damasco.
O interesse surgiu após o encontro de segunda-feira (5) dos diretores da CCAB, Sami Roumieh e Bechara Ibrahim, com o ministro da Economia da Síria, Amir Lutfi, no país árabe. Segundo Roumieh, o ministro demonstrou muito interesse em trabalhar com o Brasil. "Ele acredita que a economia dos dois países é similar e que é possível aumentar o comércio entre o Brasil e a Síria", afirmou.
Outro assunto discutido no encontro foi a realização da Semana do Brasil na Síria. "O evento não será apenas voltado para o comércio, mas também para a cultura", disse Roumieh. Segundo ele, a abertura do mercado sírio está crescendo e o governo está acelerando as privatizações em vários setores.
Os diretores da CCAB estão na Síria em função da Feira Internacional de Damasco, que conta com a presença de nove empresas brasileiras. A feira começou no último sábado (3) e segue até o dia 12 de setembro. As empresas integram um estande organizado pela Câmara Árabe. Amanhã será realizado um encontro de negócios, paralelamente à feira, entre os empresários dos dois países.
O encontro foi organizado pela Federação das Câmaras de Comércio da Síria e vai contar com a participação do presidente da entidade, Rateb Chalah, o embaixador do Brasil na Síria, Eduardo Roxo e um representante do ministério da economia do país árabe. "Nesse encontro vamos ter uma reunião para definir uma agenda de trabalho dos setores mencionados pelo ministro", afirmou Roumieh.
Negócios de feira
Nesta terça-feira (06), Frankleen Rocha, gerente de exportação da Franchel, fabricante goiana de cosméticos, que está no estande da CCAB na feira, visitou um grupo sírio, fabricantes de produtos químicos para remédios e cosméticos que se interessou em formar uma joint-venture com a companhia brasileira. "Acho que os negócios vão fluir. Eles até falaram em vir para o Brasil conhecer a nossa fábrica", afirmou Rocha.
O gerente da Franchel foi para a feira com o objetivo de encontrar uma empresa síria interessada em importar a matéria-prima da companhia e fabricar os cosméticos no país árabe. "Já demos um passo agradável. Era o que a gente queria", disse Rocha.
Segundo ele, além de empresários sírios, a Franchel foi procurada por importadores da Jordânia, Iêmen, Arábia Saudita, Irã e Líbia. "O interesse deles é na nossa linha de produtos naturais, feitos com babaçu e cupuaçu, por exemplo. São produtos diferentes", afirmou.
Além da Franchel, o estande brasileiro conta com as empresas Doces Cossari, Fábrica de Doces São Rafael, Bionatus, que é fabricante de produtos fitoterápicos, Ambar Leather, do setor de couros, Refrigerantes Poty, a trading Global Guiders, Soprano, de ferragens e equipamentos hidráulicos, e Clarim, produtora de chás orgânicos.