Isaura Daniel, enviada especial
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Cidade do Kuwait – O governo do Kuwait vai investir US$ 15 bilhões em obras nos próximos sete a dez anos e as empresas brasileiras podem ter parte desta fatia. A delegação brasileira que esteve ontem (20) no país como parte de uma missão ao Golfo Arábico, promovida pela Agência de Promoção das Exportações e Investimentos do Brasil (Apex-Brasil) e a Câmara de Comércio Árabe Brasileira, recebeu informações sobre os projetos na sede do Ministério de Obras Públicas, na Cidade do Kuwait, capital do país árabe.
Segundo a subsecretária para Engenharia Rodoviária do ministério, Hanadi Al-Wohaib, o Kuwait está aberto a fornecedores de todos os países, inclusive brasileiros. Para fornecer aos projetos, no entanto, é necessário ter um parceiro comercial no país árabe. Já para entrar nos projetos como construtora, é preciso passar por uma pré-qualificação. Para isso, as empresas brasileiras devem, segundo ela, procurar a sua embaixada. O parceiro local, neste caso, pode ser obtido depois da pré-qualificação.
Entre os projetos que vão ser implementados pelo governo estão a construção de um aeroporto com capacidade para receber 20 milhões de passageiros por ano, 200 escolas e hospitais, além de duas ilhas, uma delas, a Bubyan, com custo de US$ 1 bilhão. A maioria dos projetos, segundo Hanadi, está em fase de elaboração ou desenho. É o caso, por exemplo, do novo aeroporto. Os empresários brasileiros integrantes da missão ficaram impressionados com o tamanho dos projetos.
Os profissionais do ministério recomendaram que os brasileiros procurem empresas do Kuwait fornecedoras da área de construção para mostrar seus produtos e travar parcerias. "Quem sabe este é um começo", disse o subsecretário para Projetos de Construção do ministério, Husam Bader Al-Tahous, a respeito da possibilidade de empresas brasileiras participarem de obras no Kuwait. Segundo ele, o Kuwait precisa, atualmente, tanto de serviços quanto de produtos para construção. Os produtos da indústria brasileira, segundo Al-Tahous, não são muito conhecidos no Kuwait.
O secretário-geral da Câmara Árabe, Michel Alaby, deu algumas informações, no encontro, sobre o potencial da indústria de construção civil brasileira aos representantes do ministério. Os empresários brasileiros também tiveram oportunidade de conversar com os profissionais da pasta sobre as suas companhias. Um total de 19 empresas e entidades brasileiras integra a missão ao Golfo Arábico. Elas são de ramos como mármores e granitos, sistemas para irrigação, fios e cabos elétricos, vidros para construção, gesso e ferramentas.
Ontem foi o primeiro dia atividades da missão ao Golfo Arábico, que ficará na região até o dia 30 deste mês. Hoje os brasileiros estarão em Doha, no Catar, onde vão ter seminário e encontros com empresários do Catar, além de conhecer o mercado local de construção. O último país a ser visitado pela missão será os Emirados Árabes.