Da redação
São Paulo – A paralisação das atividades dos fiscais federais agropecuários está provocando prejuízos diários de US$ 32 milhões somente para a avicultura brasileira, informou hoje o secretário executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, José Amauri Dimarzio. Segundo o secretário, o governo está buscando alternativas que levem a um acordo com a categoria, responsável pela inspeção de todos os produtos vegetais e animais exportados e importados pelo Brasil.
Dimarzio afirmou que tem levado ao Ministério do Planejamento e ao próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva a preocupação com a greve, mas adiantou que o orçamento e a área financeira não permitem o atendimento de todas as reivindicações. “Nós apresentamos uma proposta concreta para a Associação Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários, mas eles entenderam que ainda não está próxima do que eles pretendiam e decidiram manter a paralisação”.
Os fiscais federais agropecuários iniciaram a greve nesta segunda-feira (15/03). Entre as reivindicações, eles querem reajuste salarial médio de 30%, a fim de equiparar os ganhos da carreira com os dos fiscais federais de outras áreas. O impacto na folha de pagamento seria de R$ 250 milhões, mas o governo acena com um reajuste cujo aumento da folha seria de R$ 60 milhões. Amauri Dimarzio disse que aguarda uma contraproposta da categoria.
Dimarzio afirmou que empresas exportadoras de café, frango, cacau e bovinos estão acionando a Justiça em vários estados para tentar reduzir o impacto da greve. “Estamos prevendo uma avalanche de mandados de segurança, o que é muito desgastante”, disse o secretário. Por meio dos mandados, o fiscal federal é obrigado a emitir os certificados sanitários para exportação. Até agora, pelos menos 10 navios estão parados no Porto de Paranaguá devido à greve.
O secretário não descartou a possibilidade de o governo editar uma Medida Provisória delegando aos estados e municípios a competência para realizar a inspeção dos produtos agropecuários. “Se chegarmos a uma situação de caos na produção e comercialização do agronegócio o governo pode emitir uma MP. Aliás, vários governadores colocaram seus técnicos à disposição. Mas nós queremos é acertar a situação e chegar um acordo o mais breve possível”, afirmou.