São Paulo – A Gulf Air está participando em um consórcio da indústria da aviação para desenvolver um biocombustível para aviões até 2013, segundo matéria publicada pelo site Gulf Daily News. A empresa aérea do Bahrein é a única do Oriente Médio a participar do projeto, que inclui também a francesa Air France, a holandesa KLM, a fabricante de aeronaves Boeing e a Honeywell UOP, especializada em desenvolvimento de tecnologia de refino.
A meta do consórcio é viabilizar o uso comercial de fontes renováveis de combustível para a redução de gases do efeito estufa, ao mesmo tempo em que reduz a exposição da indústria à volatilidade dos preços petrolíferos e sua dependência em hidrocarbonetos.
"A Gulf Air é uma empresa pioneira e este acordo mostra nosso engajamento em encarar o desafio de reverter o processo de mudança climática através da introdução de tecnologias verdes limpas", declarou o CEO da empresa, Bjorn Nof. Segundo o executivo, o projeto vai criar um combustível mais barato com emissões de carbono muito mais baixas do que o atualmente em produção, que é o querosene de aviação. No entanto, a intenção é usar fontes que não sejam usadas para alimentação humana.
A pessoa responsável pela empreitada na Gulf Air é Tero Taskila, chefe do departamento de planejamento estratégico da empresa. Segundo Taskila, a meta de responsabilidade social corporativa da empresa combina compromissos com conservação e sustentabilidade.
De acordo com o executivo, empresas aéreas que introduziram programas de sustentabilidade da próxima geração já notam uma grande economia na medida em que limitam suas emissões de carbono.
Duas frentes
Inicialmente o consórcio vai desenvolver dois projetos. O primeiro, nas mãos da Escola de Silvicultura e Estudos Ambientais da Universidade Yale, será custeado pela Boeing. Nele será estudada a possibilidade do uso de pinhão manso (jatropha curcas), uma planta da família da mamona e que no Brasil já utilizada para produzir biodiesel.
O segundo estudo será desenvolvido pelo Conselho para Defesa de Recursos Naturais dos Estados Unidos (NRDC, na sigla em inglês) e envolve o uso de algas para a produção de combustível.
"Este consórcio chega na hora certa para ajudar empresas aéreas a reduzirem seus custos e emissões de gases causadores do efeito estufa", declarou a advogada sênior da NRDC, Liz Barratt-Brown, em nota publicada pela organização. "Caso sejam produzidos de forma correta, biocombustíveis sustentáveis podem baixar as emissões por aeronaves de gases causadores do efeito estufa. Isso é muito importante agora que a indústria precisa se afastar de combustíveis que emitem altos níveis de poluentes.”
*Tradução de Mark Ament