São Paulo – O conflito entre forças do governo e grupos de oposição na Líbia já provocou o deslocamento forçado de 400 mil pessoas. De acordo com informações do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) divulgadas sexta-feira (16) pela Rádio ONU, o crescimento do conflito em diversas áreas do país fez aumentar o número de desalojados que abandonam e depois tentam retornar para suas casas.
Em algumas regiões, os moradores chegaram a abandonar a cidade em que vivem até cinco vezes devido aos conflitos. Em Benghazi, no norte da Líbia, há 90 mil pessoas desabrigadas.
O porta-voz do Acnur em Genebra, William Spindler, afirmou que moradores de outras cidades do norte do país também precisam abandonar suas casas para fugir de confrontos.
“O deslocamento tem se concentrado em torno de Benghazi e Dema e próximo ao Golfo de Sidra, em Ben Jawad e Ras Lanuf. Esta é apenas uma das áreas da Líbia em que se veem pessoas fugindo em massa. Em todo o país, estimamos que aproximadamente 400 mil pessoas estejam desalojadas. Além disso, a Líbia hospeda cerca de 37 mil refugiados e solicitantes de asilo de diferentes nacionalidades em condições humanitárias crescentemente precárias”, afirmou.
A maioria destes estrangeiros é formada por egípcios e tunisianos. Em alguns casos, os solicitantes de asilo e até Líbios estão deixando o país.
O país do Norte da África entrou em crise desde a deposição e morte do ditador Muamar Kadafi, em 2011. Desde então, grupos opositores e o governo entraram em conflitos. A produção de petróleo, que é a principal fonte de receitas para o país, foi interrompida em diversas regiões.