Silwan Abbassi*
Brasília – Os ministros das Relações Exteriores dos países do Magreb Árabe decidiram, durante a 26ª rodada de reuniões do bloco, que terminou no domingo (11), levar adiante a criação do Banco do Magreb para Investimentos e Comércio. O capital inicial da instituição deverá ser de US$ 1 bilhão. Fazem parte do Magreb a Argélia, Líbia, Mauritânia, Tunísia e Marrocos. As informações são do jornal árabe Al Hayat.
O banco será de propriedade dos bancos centrais dos cinco membros da União do Magreb Árabe (UMA). Os chanceleres declararam ao final do encontro que a decisão, que estava em pauta há dez anos, é estratégica e importante para o momento.
Segundo eles, existe a intenção dos governos da região de criar um mercado comum. Os países do bloco pretendem eliminar gradualmente as tarifas alfandegárias, liberar o comércio, o fluxo de capitais e investimentos e desenvolver o setor privado.
O comércio entre os países do Magreb representa menos de 4% do comércio total dos países da região com o resto do mundo, que é de US$ 200 bilhões. A União Européia responde por cerca de 60% das trocas comerciais.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) presta consultoria à região na questão da liberação de barreiras alfandegárias e no estabelecimento de um mercado comum. Na avaliação do fundo, a criação de uma área de livre comércio poderá auxiliar estes países na atração de investimentos europeus, árabes e norte-americanos.
O FMI diz que as empresas devem prestar mais atenção na região como possível destino de seus investimentos, por causa de sua localização estratégica no Norte da África, próxima da Europa, do Oriente Médio e dos demais mercados africanos, além de ser banhada também pelo Oceano Atlântico.
Perfil
Segundo informações da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, os cinco países do Magreb têm um produto interno bruto (PIB) somado de US$ 242,1 bilhões e uma população de 84,39 milhões de pessoas.
De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior do governo brasileiro, as exportações do Brasil para a região somaram US$ 1,266 bilhão no ano passado, ao passo que as importações chegaram a US$ 2,679 bilhões. A Argélia respondeu pela maior parte deste total, uma vez que é a segunda maior fornecedora mundial de petróleo ao mercado brasileiro. O Brasil compra também grandes quantidades de fertilizantes da região.
*Tradução de Mark Ament