Randa Achmawi, especial para a ANBA
Cairo – As empresas brasileiras que participam da Feira Internacional do Cairo estão otimistas com os contatos comerciais que começam a travar. A mostra começou no domingo (19) e segue até a próxima terça-feira (28) na capital do Egito. A Tangará, por exemplo, fabricante brasileira de leite em pó que participa pela primeira vez da feira, teve até ontem cerca de 25 encontros considerados promissores.
De acordo com a trader da Tangará, Renata Reijnen, que está na mostra, isso já é uma demonstração do progresso do trabalho da empresa. A Tangará vende seu produto para a maioria dos países do Norte da África e quer conquistar também o mercado egípcio. "Este é para nós um mercado bastante tentador por seu tamanho e potencial de consumo para o produto", disse.
De acordo com Renata, porém, a empresa ainda tem um longo trabalho pela frente no país. "A maioria das pessoas está em busca de leite integral ou desnatado. Tomamos nota dos pedidos e pretendemos mandar propostas do Brasil. Nosso intuito, porém, é lançar um produto que trouxemos para a feira e que é uma mistura para fabricação de sorvetes, bolos ou chocolates e que já faz sucesso em vários países desta região", afirma.
De acordo com ela, o trabalho de explicação sobre as vantagens do produto é o primeiro passo para entrar no mercado. "O comprador tem também que experimentar o produto para compará-lo ao que já conhece. Começamos a distribuir amostras e estamos esperando o retorno", diz. A Tangará participa da feira em um espaço organizado pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira com apoio da Agência de Promoção de Exportações e Investimentos do Brasil (Apex) e do Ministério das Relações Exteriores.
A Starrett é outra empresa brasileira que faz parte da mostra. A Starrett é uma multinacional que fabrica uma linha variada de produtos, entre eles serras de precisão, serras de fita, trenas e estiletes. Segundo o representante da empresa na mostra, Sérgio Teizen, a Starrett tem como meta efetuar vendas no valor de US$ 1 milhão no primeiro ano de sua entrada no mercado egípcio.
De acordo com ele, alguns índices de realização deste projeto já começar a ser notados. "Amanhã (hoje, quarta-feira) vou visitar uma empresa de distribuição de serras de fita para corte", conta Sergio. De acordo com ele, esse já é um passo em direção aos primeiros negócios com empresas egípcias.
Na Liga Árabe
Ontem também no Cairo, o secretário-geral da Câmara Árabe, Michel Alaby, que participa da mostra pela entidade, teve um encontro com o secretário-geral adjunto para assuntos políticos da Liga Árabe, Ahmed BenHelli. Um dos temas discutidos foi a reunião da União Geral de Câmaras de Comércio, Indústria e Agricultura dos Países Árabes, que ocorrerá na Arábia Saudita, entre 3 e 6 de abril.
A reunião vai tratar da cooperação econômica entre países árabes e sul-americanos. "A exemplo da cooperação existente entre os governos, a idéia é também estabelecer e intensificar a cooperação entre as câmaras de comércio das duas regiões", diz Alaby.
O secretário-geral da Câmara Árabe também teve uma reunião na sede da Associação dos Empresários Egípcios (EBA, na sigla em inglês). Ele se encontrou com o secretário-geral da instituição, Mohamed Yussef, e discutiu os preparativos para a próxima semana egípcia no Brasil, que deverá ocorrer em novembro deste ano.