São Paulo – O diretor-geral da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Michel Alaby, falou nesta terça-feira (17) sobre iniciativas públicas e privadas no Brasil na área de incubadoras de empresas, no segundo e último dia da 17ª Conferência dos Empresários e Investidores Árabes, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos.
“Eu expliquei também o conceito do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas)”, disse ele, referindo-se ao apoio que a instituição dá ao desenvolvimento de negócios de pequeno porte. Alaby falou durante os debates do segundo painel do dia, cujos temas eram empreendedorismo e inovação no setor financeiro.
O executivo citou também a experiência brasileira em arranjos produtivos, que reúnem num mesmo lugar empresas menores fornecedoras de uma maior. Ele usou como exemplo o caso da indústria aeronáutica Embraer, que tem instalados ao redor de sua fábricas, fornecedores que trabalham exclusivamente para abastecê-la.
O principal problema apresentado pelos conferencistas foi a falta de financiamento para empreendedores no mundo árabe, e para projetos inovadores. Os palestrantes, porém, apresentaram algumas iniciativas em seus países.
Nos Emirados, por exemplo, há um programa de financiamento estatal para incubadoras que subsidia em até 80% o valor do investimento durante dois anos, depois as empresas têm que se manter por contra própria. Os setores contemplados são os de medicina, turismo, tecnologias da informação e comércio exterior. Há também incentivos para a formação de arranjos produtivos.
Outros exemplos foram apresentados já no primeiro painel do dia. Na Jordânia, o governo financia a fundo perdido projetos de inovação e desenvolvimento de tecnologias nas áreas de turismo, agricultura e informática, e dá crédito para a criação de negócios no setor médico.
No Egito e em países do Golfo, existe isenção de impostos e financiamento de até 75% do valor do investimento para desenvolvedores de games e aplicativos para celulares. O crédito tem carência de quatro anos, tem que ser pago em dez e tem juros de 4% ao ano. Já no Bahrein, há um centro de treinamento de empreendedorismo.
O terceiro e último painel foi centrado na educação. Os palestrantes destacaram a importância do ensino tradicional, bancado pelo estado, e do ensino técnico, que deve ser oferecido pela iniciativa privada, para o empreendedorismo e a inovação.
“O grande problema apresentado é que os financiamentos para o empreendedorismo são abundantes nos países do Golfo, mas escassos em outros países árabes”, observou Alaby. Foi sugerida a criação de um fundo para financiar projetos nestas nações, com garantias dadas pelos grandes fundos soberanos do Golfo, e de um banco de dados de projetos de toda a região.