São Paulo – O frigorífico Minerva Foods está se preparando para começar a exportar carne bovina ao Marrocos, um país em que ainda não atua. O presidente da empresa, Fernando Galletti de Queiroz, afirmou nesta quarta-feira (10) em almoço com jornalistas promovido pela empresa, em São Paulo, que a participação dos mercados emergentes na receita da Minerva está crescendo e, junto com ela, se amplia a presença dos países árabes. A empresa não divulgou quando pretende começar a exportar ao Marrocos.
“O Marrocos é extremamente relevante e estamos trabalhando neste mercado. A Nigéria tem uma população muito grande e na Argélia (onde a empresa já atua) nós podemos crescer. O Iraque começa a ter uma situação de mais estabilidade e mais demanda. Há muito para ser feito”, afirmou Galletti. O Iraque, contudo, enfrenta situação de instabilidade política nos últimos meses devido à atuação do grupo radical Estado Islâmico do Iraque e do Levante (Isil, na sigla em inglês).
No segundo trimestre deste ano, a receita bruta da empresa chegou a R$ 1,759 bilhão. Desse total, 67,7% correspondem ao faturamento no mercado externo. Entre as exportações, os embarques para os países africanos responderam por 17% da receita. No segundo trimestre do ano passado, as remessas para a África correspondiam a 15% do total. A participação do Oriente Médio nos embarques cresceu de 18% do total no segundo trimestre do ano passado para 20% entre abril e junho deste ano.
Entre os principais mercados da empresa no Oriente Médio e no Norte da África estão Irã, Israel, Líbano, Emirados Árabes Unidos, Argélia, Líbia e Egito. Irã e Israel não são países árabes. As vendas para o Egito estão crescendo e, nas previsões da empresa, poderão se expandir mais nos próximos meses devido à suspensão do embargo, pelo Egito, à compra de carne do Mato Grosso. No fim de 2013, a Minerva Foods anunciou a compra de duas plantas que pertenciam à BRF no estado e deverá assumir a operação destas unidades em outubro.
“(O fim do embargo) é mais uma oportunidade de vender e isto é benéfico. O Egito sempre está entre os nossos cinco ou seis maiores mercados e será muito bom poder exportar para lá a partir do Mato Grosso”, afirmou Galletti. O Egito interrompeu as compras de carne do Mato Grosso em maio após o Brasil anunciar a identificação do agente causador do mal da vaca louca em um animal do rebanho daquele estado. O caso ocorreu em razão da idade avançada do animal e não por intoxicação. O status do Brasil na Organização Internacional para o Bem Estar Animal (OIE) é de risco insignificante para doença. Em agosto, uma missão brasileira liderada pelo ministro da Agricultura, Neri Geller, visitou o Egito e o embargo foi suspenso.
Mais exportações
O presidente da Minerva também disse que os países árabes e muçulmanos estão se tornando “grandes parceiros” comerciais e que ainda há mercados a ser abertos.
Além das nações árabes, africanas e muçulmanas, a Minerva já observou um aumento na demanda de carne pela Rússia. Devido ao conflito na Ucrânia, países europeus, os Estados Unidos e a Austrália impuseram sanções comerciais à Rússia. Em contrapartida, os russos deixaram de importar carne destes países, o que levou à procura pelo produto em nações que não adotaram medidas contra Moscou. A expectativa da empresa é que as vendas para a Rússia cresçam já a partir deste mês.