Alexandre Rocha
São Paulo – A Embraer entrega na quinta-feira (08) o primeiro avião Embraer 170 para a Saudi Arabian Airlines, de um total de 15 unidades encomendadas, e está otimista com as perspectivas de novos negócios no mundo árabe. A empresa saudita será a primeira do Oriente Médio a usar os jatos regionais fabricados pela companhia brasileira.
"O contrato com a Saudi Arabian é muito importante. Trata-se de uma empresa emblemática, de um país que é referência na região, tanto em termos religiosos, como econômicos", disse o vice-presidente executivo para o mercado de aviação civil da Embraer, Frederico Fleury Curado.
O contrato, avaliado em US$ 400 milhões, foi assinado em abril pelo presidente da empresa brasileira, Maurício Botelho, e o diretor-geral da Saudi Arabian, Khaled A. Ben-Bakr.
Na avaliação de Curado, a entrada em operação do modelo no mundo árabe, que deverá ocorrer em janeiro, vai atrair a atenção de outras empresas aéreas da região. Isso, aliado ao desenvolvimento econômico impulsionado pelo aumento dos preços do petróleo, deverá alavancar outros negócios.
"Com o preço do petróleo, está ocorrendo um desenvolvimento econômico absurdo na região", declarou o executivo. "E há uma relação direta entre o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos países e o aumento do tráfego aéreo", acrescentou.
Em sua opinião, a geografia da região, com distâncias curtas, também favorece o uso de aeronaves como as fabricadas pela Embraer, que têm entre 70 e 110 assentos. "Existem perspectivas de sucesso em curto prazo na região", declarou.
Houve uma mudança na avaliação da empresa sobre as possibilidades na região, pois antes ela acreditava que o mercado local era propício apenas para aviões grandes e jatos executivos.
Vendedor exclusivo
Prova do aumento do interesse da Embraer no Oriente Médio foi a sua participação no Dubai Air Show, que ocorreu em novembro nos Emirados Árabes Unidos. Durante a mostra, a Embraer anunciou a nomeação de um gerente de vendas exclusivo para a região, chamado Tony Fitzpatrick, que ficará sediado em um escritório da companhia em Dubai.
"Fiquei muito impressionado com o que vi lá", disse o vice-presidente do setor de aviação executiva da Embraer, Luís Carlos Affonso, que esteve na feira. Ele acrescentou que recentemente a companhia vendeu duas unidades do jato executivo Legacy para um empresário dos Emirados e está entusiasmado com a possibilidade de novos negócios.
"O Legacy tem a cabine e o bagageiro grandes, que são características importantes para o mercado da região", afirmou. Segundo ele, os clientes árabes têm o costume de viajar com delegações ou com a família, necessitando de mais espaço para passageiros e para bagagem. "Nosso bagageiro é o maior da categoria", declarou.
Ele acrescentou que, durante a feira, recebeu várias consultas sobre a possibilidade de lançamento de uma versão executiva dos jatos da família Embraer 170/190. "É uma possibilidade que vamos avaliar, lógico que precisa ser aprovada pelo conselho, mas estamos estudando", concluiu.
