São Paulo – A Primavera Árabe foi boa para as vendas da fabricante brasileira de sistemas de armazenagem de grãos Kepler Weber. Em entrevista à ANBA por e-mail, o gerente de Comércio Exterior para Novos Mercados, Antônio Campos, afirmou que os negócios na região estão crescendo após as revoluções que resultaram na troca de governo em alguns países da região. Ele acrescentou que as exportações deverão corresponder a 15% do faturamento da companhia em 2014.
“Os países árabes já representavam um mercado interessante para a Kepler Weber e, desde a reorganização da região após a Primavera Árabe, a empresa vem aumentando suas vendas nesse local”, afirmou Campos.
De acordo com o gerente, os sistemas de armazenagem são os mais procurados pelos clientes do Oriente Médio e Norte da África entre os produtos que a empresa vende, entre eles captadores de pó, transportadores e secadores de grãos. Segundo informações do site da empresa, a Kepler Weber tem representantes na Argélia, Egito, Marrocos, Somália, Sudão, Arábia Saudita, Catar, Emirados Árabes Unidos, Iraque e Síria.
Desde o fim de 2010, Tunísia, Egito e Líbia trocaram de presidentes entre os países do Norte da África. A Tunísia também criou uma nova Constituição, e o Egito irá pela segunda vez às urnas em 26 de maio após a renúncia do presidente Hosni Mubarak, no começo de 2011.
Na Líbia, o líder Muamar Kadafi foi morto em outubro de 2011 e um novo governo assumiu o poder. Entre os países do Golfo, no Iêmen o ex-presidente Ali Abdullah Saleh renunciou em novembro de 2011. Na Síria, o regime de Bashar Al Assad trava uma guerra civil contra opositores, e em outros países da região os governos fizeram concessões às demandas da população.
A escalada dos preços dos alimentos foi um dos estopins da Primavera Árabe, e após os levantes populares, países da região aumentaram suas importações de gêneros alimentícios com o objetivo de aumentar a oferta e ter estoques reguladores.
Exportações em alta
Ainda de acordo com Campos, as vendas ao exterior estão crescendo neste ano. No primeiro trimestre, afirmou, elas foram maiores do que o esperado. “Para o ano de 2014 estamos otimistas e esperamos que o total de vendas para o mercado externo [contando todos os países que trabalhamos] é de ficarmos em torno de 15% do faturamento total da empresa”, afirmou.
Em 2013, a Kepler Weber faturou R$ 594,7 milhões, valor 40% superior ao obtido em 2012. As exportações corresponderam, no ano passado, a 13% do faturamento. Em 2012, elas haviam sido responsáveis por 23% das receitas, de acordo como o balanço do quarto trimestre de 2013. Nos três primeiros meses deste ano, a receita da Kepler Weber somou R$ 173,2 milhões. Desse total, 12% foram gerados com exportações, um volume 70% maior do que o exportado no primeiro trimestre de 2013, segundo dados divulgados no início da semana pela companhia.
