Kuwait News Agency*
Amã – Turistas do mundo inteiro visitam todos os dias a cidade histórica de Jarash, ao norte de Amã, capital da Jordânia. Em um calmo e remoto vale nas montanhas de Gilead estão as ruínas que formaram um dia a cidade de Decapolis (“Dez Cidades”, em grego). As ruas e monumentos, que fazem parte do patrimônio histórico mundial, permanecem praticamente intocados.
A era de ouro da cidade ocorreu sob o domínio romano e o sítio arqueológico é considerado hoje como uma das cidades romanas provinciais mais bem conservadas no mundo. Ela esteve escondida por séculos embaixo da areia, antes de ser escavada e restaurada ao longo dos últimos 70 anos. Com três mil anos de história, Jarash sobreviveu às civilizações grega, romana, árabe e muçulmana, que conquistaram e governaram o local por muitos anos.
O cenário da região acrescenta muito ao charme do sítio. A cidade está situada em um vale com um riacho que a corta pelo centro. As margens do rio estão cercadas de castanheiras e choupos (um tipo de árvore), que permanecem verdes e com aspecto fresco, mesmo com o abafado calor do verão, quando a superfície das montanhas ao redor é reduzida a um marrom árido.
Atualmente uma moderna rodovia, que liga Amã à fronteira com Síria no norte, passa pela cidade de Jarash. Da estrada é possível apreciar a vista das ruínas, destacando-se o seu Arco Triunfal. A cidade está entre as muitas que floresceram na era romana, entre os séculos 1 e 4 d.C.
As ruínas de Jarash foram redescobertas em 1908 por um acadêmico alemão. Acredita-se que a cidade tinha pelo menos o dobro do tamanho do que se vê hoje e uma população de cerca de 18 mil habitantes. Dentro dos muros de Jarash estão reminiscências da Idade do Bronze, Idade do Ferro, dos períodos helenístico, romano e bizantino e muçulmano, que cobrem um período entre 1.600 a.C. e 900 d.C.
Quando o imperador romano Adriano, que governou entre os anos 117 e 138 d.C., visitou Jarash em 129 d.C., a cidade ergueu um monumento em sua homenagem, o Arco Triunfal, como parte de um ambicioso programa de construções. Portões, uma colunata (seqüência de colunas) que se estende por 600 metros, ao norte da praça oval, e marcas de rodas de bigas ainda podem ser vistas hoje. As estruturas são ricamente ornamentadas em mármore e granito. Sua engenharia era bastante avançada e grandes partes da cidade sobreviveram.
Atualmente, o Festival de Cultura e Artes de Jarash, que ocorre todos os anos entre julho e agosto, relembra o antigo papel da cidade como ponto de encontro cultural e artístico entre o Leste e o Oeste. O festival costuma apresentar danças folclóricas de grupos locais e internacionais, concertos, óperas, cantores populares, artesanato, peças teatrais e competições de poesia, tendo as ruínas históricas como pano de fundo.
*Tradução de Silvia Lindsey