São Paulo – A Arábia Saudita precisa de empresas e profissionais especializados no gerenciamento de obras para levar adiante uma série de projetos previstos para os próximos anos. A informação foi dada pelo presidente do Comitê Nacional de Empreiteiros, órgão do Conselho de Câmaras de Comércio Sauditas, Fahad Al Hamadi, durante reunião com delegação brasileira que esteve no país na semana passada.
De acordo com o CEO da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Michel Alaby, que participou do encontro, não há falta de operários, mas de gerentes, profissionais como engenheiros e arquitetos. Segundo Alaby, Hamadi pediu informações sobre empresas brasileiras com experiência nesta área e que tenham interesse em gerenciar obras de infraestrutura.
Na reunião, os sauditas apresentaram um pacote de empreendimentos que vão consumir US$ 625 bilhões, sendo US$ 140 bilhões em infraestrutura física, US$ 92 bilhões na expansão da indústria petroquímica, US$ 91 bilhões em geração de eletricidade, US$ 88 bilhões em dessalinização de água do mar, US$ 71 bilhões em telecomunicações e tecnologias da informação, US$ 54 bilhões em turismo e lazer, US$ 50 bilhões na produção de gás natural, US$ 28 bilhões em agricultura e US$ 11 bilhões em educação e treinamento.
A missão brasileira, organizada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), contou com representantes das construtoras Queiroz Galvão, OAS, Andrade Gutierrez e Fidens. Os sauditas explicaram como funciona a contratação de empresas estrangeiras para obras no país.
Tal é o interesse de Hamadi na questão, que além de organizar a reunião com as empreiteiras no Conselho de Câmaras, ele foi ao hotel onde estava hospedada a delegação para falar com executivos de outras empresas brasileiras. Alaby ainda ficou de comunicar a Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib) sobre a demanda saudita.
O comitê presidido por Hamadi tem por objetivo "contribuir efetivamente" para o planejamento e implementação de programas de construção no país. Isso inclui o desenvolvimento de profissionais, materiais e do ambiente de trabalho. Ele serve também como câmara de ressonância das demandas do setor.
Mais obras
O Conselho de Câmaras informou ainda que o orçamento do país para 2012 prevê investimentos de US$ 136 bilhões em áreas como transportes, comunicações, abastecimento de água, agricultura, indústria, educação, saúde, desenvolvimento social, entre outras.
Há também um programa de moradias orçado em US$ 67 bilhões que inclui a construção de 500 mil residências, o que vai diminuir o déficit habitacional do país de 1,2 milhão de unidades para 700 mil. A primeira fase compreende a construção de sete mil casas localizadas a cerca de 50 quilômetros da capital Riad. Um dos objetivos do programa é desafogar os grandes centros sauditas.