Isaura Daniel
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São Paulo – A Café Canecão, empresa paulista produtora de café, começou ontem (22) a negociar a exportação da commodity para tradings da Arábia Saudita. A empresa já vende o produto para o país árabe, mas fez contatos para novas vendas em uma rodada de negócios na Câmara de Comércio Árabe Brasileira, em São Paulo. A entidade foi sede, na segunda-feira e ontem, de rodadas de negócios entre empresários brasileiros e 16 sauditas que estão em missão comercial no país. Vários negócios foram alinhavados durante os encontros, do qual participaram cerca de 80 empresários brasileiros.
De acordo com o responsável pelas exportações da Café Canecão, Khalil Fraig, duas tradings sauditas que ainda não trabalham com este setor se interessaram em importar café da empresa. A Café Canecão tem sede na cidade de Campinas, interior paulista, e produz 250 mil quilos de café por mês. De acordo com Fraig, a empresa já exporta para Arábia Saudita há dois anos e meio. Os contatos foram feitos durante feiras. A Café Canecão também vende para países como Japão, Nova Zelândia e África do Sul.
A proprietária da Glasart, empresa paulistana que fabrica espelhos, molduras e produtos de decoração, também saiu das rodadas de negócios animada. Vânia Facchina e a diretora de Marketing e Design da indústria, Sônia Facchina Harrell, levaram espelhos com adornos em matérias-primas brasileiras, como fibra de coco, palha de buriti e fibra de bananeira, para as rodadas. De acordo com Vânia, um dos empresários sauditas ficou interessado em importar um contêiner para testar o produto no mercado local. O negócio, porém, ainda depende de negociações de preço.
A EBTrade, de Curitiba, também fez nos encontros contatos promissores para exportação e importação. A empresa tem interesse de importar polipropileno, de acordo com o seu proprietário, Eduardo Barros, e encontrou na rodada sauditas que ficaram de intermediar a negociação para que a trading encontre um fornecedor no país árabe. Barros ainda apresentou aos sauditas os produtos que tem interesse em fornecer para o mundo árabe: acessórios para móveis e equipamentos esportivos, como mesas de sinuca e tênis de mesa.
Os sauditas prometeram avaliar os produtos brasileiros para futuras compras. O diretor-geral do grupo Al-Rai, Mohamed Bo Khamseenn, estava interessado em concentrados de sucos, congelados, peixes e derivados de leite. A empresa possui várias indústrias processadoras de alimentos, como fábrica de sucos. "Esta visita é preparatória para visitas futuras, para abrirmos negócios com empresas brasileiras", afirmou Khamseenn à ANBA. O empresário afirmou que quer testar produtos do Brasil no mercado saudita.
O gerente-geral da Mohamed Y Bu Khamseen, Mohamed Yassen Bu Khamseen, afirmou que gostou dos produtos brasileiros. A empresa importa e distribui produtos para projetos de construção, como pisos e objetos de decoração. Ele compra atualmente da China, Alemanha e Índia. Jamal A. Al-Ghanem, gerente-geral da Jamal A. Al-Ghanem Est., veio à missão interessado em comprar móveis brasileiros.
De acordo com o gerente, as empresas brasileiras com as quais fez contatos são boas companhias e são exportadoras. A maioria, porém, é fabricante de móveis modernos e o saudita quer importar mobiliário clássico.O empresário compra atualmente móveis da China. São cerca de 120 contêineres por ano.
Missão
Hoje (23) a delegação saudita fará uma visita à sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). À tarde o grupo vai para Brasília, onde participa de um jantar oferecido pela embaixada do Arábia Saudita na capital federal. Amanhã o grupo participa de rodadas de negócios na Federação das Indústrias do Distrito Federal. Na sexta-feira a delegação estará no Rio de Janeiro, onde também terá encontros de negócios com empresários organizado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro.