São Paulo – O governo da Tunísia realiza nos dias 29 e 30 deste mês a conferência Tunísia 2020 com o objetivo de promover oportunidades de investimentos no país. O evento irá reunir representantes dos setores público e privado nacionais e internacionais na capital Túnis.
A ideia, segundo informações da agência de notícias Tunis Afrique Presse (TAP), é apresentar à comunidade internacional o Plano de Desenvolvimento 2016-2020, divulgar as necessidades de financiamento do país, mostrar o programa de reformas do governo, mobilizar os recursos necessários para viabilizar grandes projetos de infraestrutura, auxiliar os investidores privados a identificar os setores de maior potencial em cada região da Tunísia, entre outras ações.
Serão apresentados projetos em 20 setores da economia, principalmente nos de infraestrutura, tecnologias da informação, comunicações, agricultura e meio ambiente (energias renováveis), de acordo com a TAP. São 140 projetos ao todo, sendo 64 públicos, 33 de parcerias público-privadas e 43 privados.
O slogan da conferência é “A Tunísia está de volta”, para passar a mensagem que a Tunísia é um país onde a estabilidade foi restabelecida nas áreas social, política e de segurança.
A Tunísia deu início à chamada Primavera Árabe, quando no início de 2011 um levante popular pôs fim ao regime do então presidente Zine El Abdine Ben Ali, no poder havia mais de duas décadas. Daí se seguiu um conturbado processo de transição política que incluiu a aprovação de uma nova constituição e a realização de eleições para o parlamento e para presidente.
Além dos problemas políticos e econômicos internos, o país sofreu com a crise financeira internacional, e ataques terroristas ocorridos no ano passado afetaram gravemente o turismo, uma de suas principais fontes de divisas.
Segundo a TAP, os investimentos estrangeiros diretos recuaram 7,6% este ano em comparação com 2010, antes da Primavera Árabe, e a taxa de desemprego está em 15,5%. O déficit em conta corrente pode chegar a 9% do Produto Interno Bruto (PIB) até o final de 2016.
Foram aceitas 2,5 mil inscrições para a conferência, sendo 1,2 mil de estrangeiros, e 50 palestrantes vão falar. São esperadas 40 delegações internacionais, de países como Estados Unidos, Canadá, França, Bélgica, Emirados Árabes Unidos, Catar, Argélia, Kuwait, Bahrein, Jordânia, entre outros, além de chefes de estado, representantes de organizações internacionais, de fundos de investimento e da sociedade civil.
É a segunda conferência do gênero organizada pelo governo tunisiano. A primeira ocorreu em 2014.