São Paulo – Os turistas estrangeiros que participaram de eventos técnico-científicos no Brasil gastaram US$ 34,9 milhões no período de setembro de 2007 a dezembro de 2008, segundo dados da pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), encomendada pelo Ministério do Turismo (MTur). Foram entrevistados 5.132 participantes estrangeiros de eventos sediados em 14 cidades brasileiras.
A pesquisa detalhou o gasto médio diário, o perfil das despesas, país de residência, faixa de renda, tempo de permanência e intenção de retorno dos visitantes. A maioria dos turistas reside nos Estados Unidos, Argentina, Alemanha e Inglaterra e 66% estava no Brasil pela primeira vez. Foi registrada a presença de estrangeiros de 22 países, sendo 28,98% com idade entre 35 e 44 anos. O gasto médio diário foi de US$ 285.
"A maioria dos estrangeiros que vem a um evento no Brasil visita o país pela primeira vez, e uma porcentagem maior ainda nunca havia estado na cidade-sede. Os dados mostram que mais de 90% tem intenção de retornar, e este é um grande público a ser trabalhado. Além de ter alto nível de renda, é um turista formador de opinião e que apresenta gasto médio diário bastante elevado", afirmou a presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), Janine Pires. Janine comparou ainda o gasto médio diário de um turista de lazer no país, que é de US$ 73,4.
O turismo de eventos é um segmento que tem apresentado crescimento significativo nos últimos anos. Segundo dados da International Congress and Convention Association (ICCA), o Brasil é atualmente um dos principais destinos do mundo para realizações de eventos. Em 2008, o país realizou 254 eventos internacionais, passando a ocupar a sétima posição no ranking mundial.
Do total injetado na economia nacional pelos turistas de eventos no Brasil, US$ 21,5 milhões (61,5%) correspondem a despesas com hospedagem e alimentação. As atividades comerciais também merecem destaques, com 12% do total dos gastos. "Os números mostram que este é um turista diferenciado, com nível escolar superior, alto poder aquisitivo e que busca praticidade, comodidade, atendimento e equipamentos altamente qualificados. Essas características se refletem nos gastos", afirmou o ministro do Turismo, Luiz Barretto.
O gasto dos visitantes estrangeiros também gerou um valor agregado de US$ 16,3 milhões, dos quais US$ 11,3 milhões destinados a pagamento das remunerações dos trabalhadores e à geração de 1.563 empregos.