São Paulo – O cotidiano do Egito Antigo, com a rotina às margens do rio Nilo, a crença no renascimento e a construção de estátuas, será tema de um ciclo de palestras que a Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) realiza entre os meses de setembro e novembro deste ano na capital paulista. O curso, que é de extensão, terá aulas do professor Antonio Brancaglion Junior, uma das maiores autoridades em arqueologia egípcia do Brasil, com pós-doutorado pelo Instituto Francês de Arqueologia Oriental do Cairo (IFAO).
As palestras ocorrem sempre aos sábados, entre 9h30 e 12h, e começam no dia 12 de setembro, com o tema das estatuárias faraônicas. Neste dia, Brancaglion vai falar sobre o costume que os egípcios mantiveram de criar estátuas de seus deuses e reis e de render culto a elas, além das técnicas e materiais usados para produzi-las. Na aula seguinte, dia 26 de setembro, será assunto o cotidiano dos egípcios da Antiguidade, a vida nas vilas e cidades, a rotina dos camponeses, artesãos e trabalhadores em geral, e a figura do faraó.
No dia 3 de outubro, Brancaglion vai falar sobre as figuras das divindades Osíris, deus dos mortos e da regeneração, e Rê, deus-sol e fonte de vida, a crença na vida, morte e renascimento e o sentido da vida para os antigos egípcios. No dia 7 de novembro, a última aula do curso será sobre a mumificação como técnica para preservação de corpos humanos e de animais, os diferentes tipos de múmias e pesquisas feitas no Brasil sobre animais mumificados.
De acordo com Brancaglion, esse curso, que já foi promovido na FAAP no primeiro semestre, costuma atrair estudantes da universidade e de outras, além de pessoas apaixonadas por egiptologia, estudo da cultura egípcia. “Eu gosto dos cursos de extensão, as pessoas fazem perguntas diferentes, é mais divertido”, afirma o professor. Ele, que viaja seguidamente ao Egito, costuma fazer um paralelo entre o país atual e antigo. “Existe uma certa continuidade”, afirma, citando hábitos em áreas como alimentação, língua falada e arte.
O pesquisador também se propõe a fazer, nos cursos que dá, uma desconstrução do Egito Antigo que existe no imaginário dos brasileiros em geral, muito ligado a múmias, faraós e morte. Ele afirma que em função dos filmes vistos desde crianças, as pessoas pensam o Egito como todo deserto, lembram as múmias que voltam à vida e de uma sociedade voltada para a morte. “Havia pessoas, música, dança”, afirma Brancaglion.
O palestrante é diretor do Laboratório de Egiptologia do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), além de professor e orientador na pós-graduação em Arqueologia na instituição de ensino e curador da coleção egípcia do Museu Nacional. Ele também dá aula de Literatura Egípcia no Departamento de Letras Orientais da Universidade de São Paulo (USP) e é pesquisador visitante do IFAO, entre outras atividades.
Esporadicamente, Brancaglion faz escavações arqueológicas no Egito com seus orientandos do mestrado e do doutorado, em um complexo de tumbas na cidade de Luxor. As viagens costumam acontecer pelo menos uma vez por ano desde 2013. Ele já morou no país árabe e é um dos organizadores de uma semana de egiptologia, que ocorre anualmente na UFRJ.
O curso na FAAP surgiu da relação que Brancaglion mantém com a universidade desde que ela promoveu uma exposição sobre o Egito com acervo do Museu do Louvre e ele fez uma curadoria científica. Desde lá, o egiptólogo dá aulas esporádicas sobre o Egito na instituição de ensino, principalmente na pós-graduação em História da Arte, e ministra cursos de extensão.
Serviço
Ciclo de Palestra sobre o Egito Antigo
Dias 12 e 26 de setembro, 3 de outubro e 7 de novembro, das 9h30 às 12h
Na FAAP – Campus São Paulo, rua Alagoas, 903 – São Paulo – SP
Preço por palestra: R$ 84 (público externo) e R$ 75,60 (aluno, ex-aluno, funcionário e professor da FAAP)
Informações e inscrições: +55 (11) 3662 7034 – nucleocultura@faap.br
Site: http://www.faap.br/nucleocultura/palestras/egito.asp