Randa Achmawi, especial para a ANBA
Cairo – O algodão está enraizado na cultura do Egito. O produto começou a ser cultivado no país árabe em 1821 e teve seu processo de produção transmitido de geração para geração. Chamado de "ouro branco", o algodão egípcio, que teve seu boom no mercado internacional em 1860, é reconhecido e utilizado por grandes grifes mundiais como Kenzo e Chanel. A sua história, porém, faz parte da prórpia história do Egito.
Durante muitos anos ele foi considerado o rei da agricultura e significava sustento para a maioria das famílias egípcias. "As esperanças e expectativas dos jovens se concentravam no período da colheita. Muitos deles esperavam com impaciência para se casar durante estes meses. Neste período as famílias sempre compravam roupas novas e pagavam suas dívidas. Todos os projetos acabavam sendo concretizados durante a colheita. As empresas de lazer esperavam os campesinos virem se divertir com os bolsos cheios", conta Tewfic Youssef Tewfic, do Ministério de Agricultura do Egito.
De acordo com Tewfic, o tipo de terra existente no Egito, somado às condições climáticas, como o sol e a umidade na medida exata, favorecem a qualidade do algodão produzido no país. Segundo Tewfic, o Egito também faz constantes pesquisas sobre sementes de algodão. "Sempre que se descobre um problema qualquer que afete de algum modo o algodão, empregamos técnicas para correção", explica.
O algodão é também a principal cultura de exportação do Egito. O país, no entanto, também produz hoje outros produtos nas lavouras, como batata, arroz e cebolas. "O algodão representa 12% de nosso setor agrícola e é a nossa primeira cultura de exportação. Formulamos nossa política agrícola dando prioridade ao algodão", diz Tewfic. A colheita do algodão ocorre no Egito entre os meses de agosto e outubro.