Alexandre Rocha, enviado especial
Brasília – O Ministro das Relações Exteriores Celso Amorim disse hoje que a Cúpula América do Sul – Países Árabes promoverá a reaproximação dos dois blocos. "Essas relações estavam ocultas, mas, a partir de agora, nos olharemos frente a frente", afirmou o ministro na última reunião dos chanceleres que antecede a cúpula. Ele disse ainda que é preciso agir em várias frentes, como economia, política e cultura, para firmar essa integração.
Amorim declarou também que este processo de reaproximação, no caso árabe e sul-americano, começa em uma fase bastante avançada. "Quando se fala em aliança de civilizações, no nosso caso há um entrelaçamento". O ministro se referia ao fato de que os países da América do Sul tiveram grandes influências por causa da migração árabe.
"Isso aparece no nosso cotidiano. No nome das pessoas, no que comemos, na música, na arquitetura, etc. O objetivo da cúpula é nos reaproximar", reforçou Amorim.
O ministro acrescentou que, além da declaração final da cúpula, o encontro já apresenta resultados práticos. "Na inauguração do encontrou empresarial, por exemplo, participaram mais de 1.200 empresários", afirmou o ministro. O número de inscritos no primeiro dia superou a estimativa inicial do Itamaraty de 820.
Amorim acrescentou que a cúpula faz parte de um momento histórico no qual a América do Sul e os países árabes estão dando um exemplo para outras regiões de que por meio do diálogo é possível evoluir para um mundo "melhor, mais pacífico e democrático".