São Paulo- As empresas apoiadas pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) exportaram o equivalente a US$ 23,14 bilhões entre janeiro e outubro de 2010. O valor corresponde a 16,43% do total exportado pelo Brasil neste período, cerca de US$ 198 bilhões. Para 2011, a agência acredita que o valor deve manter-se o mesmo. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (13), em entrevista coletiva realizada em Brasília, pelo presidente da Apex, Alessandro Teixeira.
Apesar de acreditar em uma estabilização das exportações, Teixeira também prevê um cenário de possível crescimento. “Se houver uma recuperação da Europa nos próximos meses, devemos ultrapassar o patamar de US$ 200 bilhões em 2011, o que seria um feito histórico para um país que, há apenas oito anos, exportava apenas US$ 60 bilhões”, disse o presidente da agência, de acordo com nota da Apex.
Teixeira destacou que dados do Fundo Monetários Internacional (FMI) indicam que as exportações mundiais devem crescer 7,1%, sendo que as exportações das economias desenvolvidas aumentarão 6% e as vendas externas das economias em desenvolvimento deverão subir 9%. Já em relação às importações, os dados mostram que as compras do Norte da África e Oriente Médio devem subir 6,5%, enquanto as da Ásia devem aumentar em 13,1%, e as da Zona do Euro em 4,1%.
Durante a coletiva, Teixeira apontou o crescimento dos números da Apex nos últimos anos. “Saímos de 7% de participação na pauta brasileira em 2007 para 16,43% neste ano. Também passamos de 46 setores produtivos apoiados em 2006 para 80 em 2010. Em relação ao número de empresas, apoiávamos aproximadamente três mil em 2006 e hoje temos 12,93 mil.”
O presidente da Apex também ressaltou o trabalho de diversificação de mercados realizado em 2010. “Tivemos um forte trabalho de inteligência para mapear e buscar abrir novos mercados em países que não atingíamos”, explicou, acrescentando que, atualmente, “os setores apoiados pela agência sabem exatamente quais mercados são mais favoráveis, quais são os principais concorrentes, quais são os principais compradores, enfim, têm informações fundamentais do ponto de vista dos resultados”.
O aumento do número de eventos internacionais também foi lembrado por Teixeira. Em 2006, a Apex organizou 400 eventos, já em 2010, foram 940. “Em quatro anos, são quase 4 mil eventos, o que resulta em um volume significativo de interação entre as empresas brasileiras e os compradores estrangeiros”, afirmou.
Além das feiras no exterior, a Apex apoia a vinda de compradores e jornalistas estrangeiros ao Brasil para participar dos principais eventos setoriais do país, como a CouroModa, São Paulo Fashion Week, entre outros.
Sobre a atração de investimento estrangeiro direto (IED), Teixeira destacou a atuação da agência na captação de importantes investimentos para o país, como os centros de pesquisa da IBM e da General Electric, e as fábricas da RIM (fabricante dos telefones Blackberry) e da HCL (terceira maior empresa de software do mundo). Ele também afirmou que o Brasil deve atrair US$ 30 bilhões em IED neste ano e, em 2011, o número deverá se repetir. Para 2012, a expectativa é de que o Brasil capte cerca de US$ 35 bilhões em IED.