Marina Sarruf
São Paulo – As empresas brasileiras que participaram da Arab Health, maior feira de produtos médico-hospitalares de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, fecharam negócios no valor de US$ 1,3 milhão no evento. "O volume de negócios realizado na feira superou a nossa expectativa", afirmou o diretor-executivo da Associação Brasileira de Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratório (Abimo), Hely Audrey Maestrello. A expectativa da entidade era fechar US$ 1,2 milhão em negócios.
No total, 34 empresas brasileiras participaram da feira, que acabou no dia 01 de fevereiro. A comitiva foi organizada pela Abimo em parceria com a Agência de Promoção de Exportações e Investimentos do Brasil (Apex). Essa foi a quarta participação brasileira na Arab Health. "A feira foi muito positiva. Todas as empresas fizeram bons contatos", disse Maestrello.
Segundo ele, foram feitos mais de 2,55 mil contatos com compradores de 65 países. A maioria era de países árabes, como Emirados Árabes, Arábia Saudita, Egito e Líbano. A partir dos contatos realizados na feira, Maestrello estima que as empresas poderão fechar negócios no valor de US$ 11,23 milhões nos próximos 12 meses.
No ano passado, 33 empresas brasileiras participaram da Arab Health e fecharam cerca de US$ 1 milhão em negócios durante o evento. "Os negócios crescem a cada ano para a região. O mercado árabe é muito promissor para as empresas brasileiras", disse Maestrello. De acordo com ele, os países árabes já correspondem por mais de 30% das exportações de algumas empresas brasileiras fabricantes de equipamentos médicos e hospitalares.
Não são apenas os negócios com o Brasil que aumentam a cada edição da Arab Health. Segundo Maestrello, o espaço do evento e o número de expositores também crescem a cada ano. "Participamos desde 2004 da Arab Health e fiquei surpreso com o tamanho da feira. Notei que muitas empresas grandes já contam com um estande próprio", disse ele, que está tentando aumentar o espaço brasileiro – que este ano foi de 342 metros quadrados – para o ano que vem. "Já existem muitas empresas interessadas em participar da próxima edição", completou.
Outro ponto que impressionou o diretor da Abimo foi a venda de todo o mostruário de algumas empresas brasileiras na feira. "Isso é atípico, não acontece em outras feiras", disse Maestrello. Alguns conjuntos de equipamentos expostos custavam US$ 17 mil e os compradores árabes pagavam no ato.
Qualidade e empatia
As empresas brasileiras que participaram da feira eram fabricantes de agulhas e seringas, instrumentais cirúrgicos, implantes ortopédicos, próteses de silicone, estojos para esterilização, incubadoras para recém nascidos, berços aquecidos, aparelhos para anestesia, respiradores pulmonares, entre outros. "Todos os produtos brasileiros são muito procurados e aceitos no mercado árabe. Temos qualidade e preço competitivo", disse Maestrello. "O Brasil também tem investido muito em qualidade e design", completou.
Além disso, Maestrello acredita que existe uma forte empatia entre os árabes e brasileiros, o que facilita na hora de fechar negócios. Atualmente, cerca de 10% das exportações brasileiras do setor médico-hospitalar são destinadas ao mercado árabe.
No ano passado, as empresas brasileiras fabricantes de artigos e equipamentos médicos, odontológicos, hospitalares e de laboratórios exportaram US$ 441,8 milhões para mais de 70 países, um aumento de 10,9% em relação ao ano anterior. Apenas o segmento de equipamentos médico-hospitalares comercializou US$ 40,7 milhões, um crescimento de 28,7% nas exportações em relação ao ano anterior.
Segundo Maestrello, a Abimo conta com 319 empresas associadas, sendo que 150 fazem parte do Projeto Setorial Integrado (PSI), um programa de incentivo às exportações da Apex em parceria com a Abimo. No ano passado, essas empresas exportaram US$ 126 milhões, o que representou um crescimento de 26% em comparação a 2005.