São Paulo – O secretário-geral da Liga Árabe, Nabil Al Arabi, afirmou nesta segunda-feira (22) que a organização apoia de "forma plena" o Conselho Nacional de Transição da Líbia (LNTC, na sigla em inglês) que assumiu o controle de Trípoli, a capital da Líbia, no domingo. Ele pediu que a paz e a segurança retornem ao país do Norte da África.
Diversos países árabes, entre eles Egito e Tunísia, também reconheceram os rebeldes como líderes da Líbia. O primeiro-ministro do LNTC, Mahmoud Jibril, afirmou que os julgamentos aos apoiadores do coronel Muamar Kadafi será “justo”. Os rebeldes também afirmaram que irão transferir suas operações de Benghazi para Trípoli para evitar um “vácuo de poder”. Mais de 30 países já reconheceram os revoltosos. Entre eles, Catar, Estados Unidos, Itália, França, Grã-Bretanha e Turquia.
O Ministério das Relações Exteriores da Tunísia, país que depôs o ditador Zine Al-Abidine Ben Ali em janeiro, afirmou: “O governo tunisiano decidiu reconhecer o Conselho Nacional de Transição líbio como legítimo representante do povo líbio”. O ministro das Relações Exteriores do Egito, Mohammed Kamel Amr também afirmou que o país reconhece os rebeldes como líderes do povo líbio.
Em nota, o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, afirmou que agora espera que o povo líbio retorne “rapidamente” à vida normal. Segundo a agência de notícias Petra, o ministro das Relações Exteriores da Jordânia, Nasser Judeh, disse que o país acompanha a situação na nação do norte da África e espera uma rápida e pacífica transição de poder.
A agência de notícias MAP, do Marrocos, afirmou que o ministro das Relações Exteriores marroquino, Taib Fassi Fihri, irá para Benghazi nesta terça-feira (23), para levar aos rebeldes mensagem do rei Mohamed VI sobre o papel decisivo do LNTC na abertura de um novo capítulo na história da Líbia no sentido de suprir as aspirações legítimas do povo líbio por liberdade, democracia e progresso.
O príncipe herdeiro de Abu Dhabi e vice-líder supremo das forças armadas dos Emirados Árabes Unidos, Mohammed Bin Zayed Al Nahyan, telefonou para Jibril e o parabenizou pela vitória dos rebeldes, de acordo com a Emirates News Agency. O Ministério das Relações Exteriores do Kuwait também reconheceu o conselho e afirmou que pode apoiar os rebeldes no período de transição.
De acordo com agências internacionais, os rebeldes afirmam que Kadafi está escondido em uma das poucas partes de Trípoli que ainda comanda: o quartel general em que vive. Os rebeldes líbios chegaram a Trípoli no sábado com apoio de bombardeios de aviões da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Três filhos de Kadafi foram presos: Mohammed, Saad e Saif. Mohammed, no entanto, deixou a prisão domiciliar nesta manhã. Segundo o porta-voz do governo líbio, Moussa Ibrahim, mais de três mil pessoas morreram no país nos últimos dias.
A população se revoltou com o regime de Kadafi neste ano depois de que os governos da Tunísia e do Egito caíram. Desde então, rebeldes se organizaram em Benghazi e começaram a lutar contra forças de Kadafi rumo à Trípoli. A ONU estabeleceu uma zona de exclusão aérea no território líbio no começo de março, até que, no fim do mês, França, Inglaterra e Estados Unidos passaram a bombardear alvos do regime líbio para evitar ataques aos rebeldes. Após seis meses, os integrantes do Conselho Nacional de Transição conquistam a capital. O coronel assumiu o poder em 1969.