Da redação*
São Paulo – A Arábia Saudita vai investir nos próximos cinco anos cerca de US$ 70 bilhões (262 bilhões de riyais) no setor de petróleo e gás natural. A intenção do país é manter nos próximos anos um volume adicional de produção entre 1,5 milhão e 2 milhões de barris ao dia.
O anúncio foi feito pelo ministro do Petróleo e Recursos Minerais da Arábia Saudita, Ali Al-Naimi, nesta terça-feira (12), em Viena, durante seminário da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) que teve também a presença de ministros do petróleo e líderes industriais, conforme matéria publicada pelo jornal saudita Arab News. Segundo o ministro serão investidos US$ 18 bilhões apenas na elevação da produção diária do país para 12,5 milhões de barris até 2009.
O ministro declarou também que há espaço para outras fontes de energia, mas que alguns destes projetos podem não alcançar sua meta de suprimento energético futuro. “Sem dúvida o mundo precisa da contribuição de várias fontes e regiões para suprir a crescente demanda energética global, que está em expansão,” explicou.
O ministro também falou sobre os atuais esforços para a criação de fontes energéticas alternativas, como hidrogênio, biocombustíveis renováveis subsidiados e carros híbridos. “Políticas energéticas impraticáveis, prazos irreais ao colocar em prática estas políticas, ou ineficiência, com consumo excessivo de energia na produção de combustíveis alternativos – devido à preocupação com segurança energética – não fazem bem algum para o futuro energético do mundo”, afirmou ele.
Ao discutir as mudanças no mercado petrolífero internacional, Naimi declarou que nas últimas décadas, países em desenvolvimento na Ásia, Oriente Médio e América Latina foram responsáveis por metade do aumento na demanda petrolífera global e devem ser responsáveis por aproximadamente 75% do crescimento da demanda petrolífera até 2025, estimada em 30 milhões de barris diários.
Segundo estimativas da Opep, o setor de transporte deve ser responsável por 60% do uso de petróleo ao redor do mundo, devido ao crescente número de veículos, que deve crescer das atuais 135 unidades por grupo de mil habitantes para 190 por grupo de mil habitantes até 2025.
Segundo o executivo, os países que importam petróleo e fazem parte da Organização de Cooperação para o Desenvolvimento Econômico (OCDE) ampliarão seu consumo dos atuais 55% para 66% do consumo global até 2025. De acordo com Al-Naimi, a China apresentará crescimento mais forte, passando a importar 75% do petróleo que consome em 2025, contra os atuais 35%.
Com relação ao papel do Oriente Médio no fornecimento, o executivo declarou que a região deve ampliar sua produção dos atuais 30% da produção global para 40% em 2025. De acordo com o executivo, os países da região devem ser responsáveis por 50% do comércio petrolífero mundial em 2025. Al-Naimi acrescentou que a participação da região no comércio global de gás também deve dobrar no período, alcançando 30% do total no período.
*Tradução de Mark Ament