São Paulo – O setor aéreo do Oriente Médio deve lucrar US$ 100 milhões em 2010, segundo a Associação Internacional do Transporte Aéreo (Iata). A notícia foi publicada pelo site de notícias financeiras AMEInfo. Este é o primeiro lucro do setor desde 2005 e uma revisão da estimativa anterior do setor, que era de prejuízo de US$ 400 milhões este ano.
De acordo com a organização, as razões para o crescimento do setor, que teve prejuízo de US$ 600 milhões em 2009, incluem a expansão de 4,3% no Produto Interno Bruto (PIB) da região. As empresas aéreas do Golfo também ganham participação no mercado devido a suas conexões entre a Europa e Ásia-Pacífico. Mas a oferta está sendo ampliada cuidadosamente, segundo o relatório da organização.
De acordo com a Iata, a tendência de alta também é identificada no setor aéreo global, que deverá lucrar US$ 2,5 bilhões, contra prejuízos de US$ 2,8 bilhões em 2010.
"A economia global está se recuperando da crise financeira mais rápido do que esperado", declarou o diretor geral da Iata, Giovanni Bisignani. "As empresas aéreas estão aproveitando o forte crescimento no tráfego aéreo, que está trazendo a indústria de volta ao lucro. Acreditávamos que levaria três anos para recuperar a queda de faturamento de US$ 81 bilhões de 2009 (14,3%), mas já recuperamos 75% deste montante".
O faturamento da indústria deve alcançar US$ 545 bilhões em 2010, mais do que os US$ 483 bilhões de 2009, mas ainda abaixo dos US$ 564 bilhões de 2008.
Segundo o relatório da Iata, o movimento de passageiros mundial deve crescer 7,1% em 2010, contra uma estimativa anterior de 5,6%. Já a expansão do setor de cargas deve ser de 18,5%, também maior do que os 12% previstos anteriormente.
Vendas de passagens na classe executiva também cresceram bem, 20% no primeiro trimestre do ano, retornando ao nível de antes da recessão. Como o crescimento no turismo de férias ainda não apresentou forte recuperação, segundo a Iata, as empresas aéreas acreditam que o turismo de negócios esteja atualmente ocupando parcela maior dos assentos em classe econômica.
"É muito importante a indústria estar no azul novamente", declarou Bisignani. "A capacidade de recuperação do setor é resultado de uma década de redução de custos e reestruturação. Mas mesmo todos os esforços feitos resultam em uma margem de lucro de apenas 0,5%, insuficiente para cobrir o custo do capital. A indústria é frágil. O desafio para a criação de uma indústria forte requer alinhamento entre governos, funcionários e parceiros da indústria. Todos devem entender que o setor precisa continuar reduzindo custos, ganhando eficiência e se reestruturando para que continue lucrando. Todos deverão estar preparados para maiores mudanças", concluiu ele.
*Tradução de Mark Ament